terça-feira, 17 de junho de 2008

RELAÇÕES HUMANAS NO AMBIENTE DE TRABALHO

Você, às vezes, fica pensativo, querendo entender por que as pessoas têm certas atitudes? Você faz coisas que nem mesmo entende por quê?
Então vamos começar a compreender porque certos fatos ocorrem no relacionamento humano...

Imagine que você está sentado na poltrona da sala, distraída, quase pegando no sono e de repente...
ALGUÉM DÁ UM GRITO!
Você pula... fica furioso!

Que susto danado, não? Acabaram com o seu silêncio! A sala estava tão quieta, tão gostosa! E, de repente, num segundo, tudo mudou!
Provavelmente, você se levantou da poltrona muito nervoso. O seu ambiente deixou de ser clamo e, de repente, ficou agitado e desagradável.

Houve uma modificação no ambiente?

Poderíamos dizer que o grito que o assustou modificou o ambiente em que você estava. Você acha que o som de uma buzina também modifica o meio?
Concluímos, então que podem ocorrer Modificações no Meio.

Imagine um lindo dia de sol! Como é domingo e todo mundo está de folga, as ruas ficam cheias de gente passeando. Uma delícia, não é mesmo? Mas, por azar... Num piscar de olhos... O céu vai ficando escuro... escuro e....cai uma chuva danada!
Claro que você já percebeu que as mudanças de clima ocasionam modificações no meio. E que acontece quando há este tipo de modificação as pessoas provavelmente modificam seu comportamento.


Houve uma Mudança de Atitude porque houve uma modificação do meio.
Você está lembrado do grito que o assustou? Ele também fez com que você mudasse de atitude?
Modificações do meio, como vozes, gritos, barulhos, luzes, alterações do clima, etc., podem mudar o comportamento das pessoas.
Mas, espere! Não é só isso. Você também pode modificar o meio. Sabia? Quando no escuro você acende uma luz, há modificação no meio? Da mesma forma, ao gritar, você modifica o meio. Tudo o que as pessoas dizem, demonstram ou fazem modifica o meio.

Agora responda: quando alguém conta uma piada, sua reação é ________________. Por outro lado, se você estiver distraído e alguém der um grito, sua reação é ___________________. Você reage às mudanças do meio comportando-se, em cada situação, de maneira diferente. Em outras palavras, você RESPONDE de maneira diferente.

O homem responde às modificações do meio.

Quando alguém nos sorri de forma agradável, em geral nós sorrimos em retribuição.

O fato de alguém sorrir para nós é uma modificação do meio e o nosso sorriso de retribuição é uma resposta. Você ouve uma história triste e fica comovido; escuta uma piada e ri, encontra um amigo que não vê há tempos e o abraça. Suas respostas foram....

Suponha que, por qualquer motivo, você esteja mal-humorado. De repente, encontra seu amigo Manuel, aquele que vive rindo e contando piadas. Você, que estava sério, mal-humorado, esquece tudo e põe-se a rir. Até melhora de humor. Sua mudança de humor foi uma reação ou resposta a uma modificação do meio.

Sabe como se chamam estas modificações do meio que provocam respostas? ESTÍMULOS.
Lembra-se do grito que o assustou? Pois é. Você ficou furioso e sentiu aquele mal-estar. Você diria que o grito foi algo agradável? ( )Sim ( )Não
A sensação causada pelo estímulo “grito” foi de mal-estar, sendo um estímulo desagradável. Já a alegria do Manuel provoca em você bom humor, que é um estímulo agradável.
Os estímulos agradáveis provocam reações de prazer e bem-estar, como um elogio, por exemplo, dizemos que este é um ESTÍMULO POSITIVO.
Já os estímulos desagradáveis são ESTÍMULOS NEGATIVOS.

Agora, suponha que a Marisa, sua amiga e colega de trabalho, lhe peça para fazer um trabalho. Nesta situação sempre queremos fazer o melhor, não é mesmo? Você deu o melhor que pôde e o resultado foi muito bom, você ficou satisfeito consigo mesmo. Mas imagine se sua amiga tem essa reação: “Nossa! O que houve com você? O trabalho não está nada bom, mal feito, incompleto, sem capricho, um horror!”.
Afinal, uma crítica saudável e construtiva até que ajuda. Mas essa da Marisa é muita injustiça.
Nesta hora sua reação é ....

Frente a um estímulo – o pedido de Marisa – você respondeu com o maior prazer. Em vez de reconhecer sua boa vontade e seu esforço, acabou magoando você, que ocasionou uma conseqüência desagradável. É bem provável que você não atenta mais aos pedidos da sua amiga.
Se você percebe que as conseqüências de uma resposta são desagradáveis, você não vai querer repetir a experiência, vai? Logo, uma conseqüência desagradável é também um estímulo negativo. As respostas que provocam conseqüências negativas não tendem a ocorrer novamente.

No caso inverso, se o comportamento de Marisa fosse esse: “Só você pra me quebrar o galho, mesmo! Seu trabalho está ótimo... resolveu uma série de problemas. Muito Obrigada!”.

Nesta altura, você vai embora pensando: ”É um prazer trabalhar com a Marisa...!”. Neste segundo exemplo, as conseqüências foram agradáveis e, portanto foi um estímulo positivo.

Você deve lembrar-se de milhares de situações onde cada pessoa tem um ponto de vista completamente diferente de outras. Será possível entender esta diferença de atitudes?

Vamos imaginar que frente a um estímulo, por exemplo o FRIO, cada pessoa se comporta de uma determinada forma; algumas pessoas adoram e ficam mais bem-humoradas, enquanto que outras detestam e ficam mal-humoradas.
As atitudes das pessoas frente ao mesmo estímulo são diferentes, devido à interferência de uma série de fatores. Comparando a reação de um esquimó com a de um africano, em relação ao frio, chegamos a conclusão que o esquimó é muito menos sensível ao frio que um africano. Por outro lado o africano é muito mais sensível ao frio que o esquimó.
Muitos outros fatores interferem no tipo de resposta que damos. Numa reunião, alguém conta uma piada. Uns se “esbaldam” de rir, outros apenas sorriem, alguns nem acham graça. Afinal os motivos das pessoas podem ser os mais variados.
Nossos problemas pessoais, o que estamos sentindo e pensando, o meio em que vivemos são fatores que interferem na reação que temos frente a um estímulo.

Se existem diferenças individuais, as pessoas terão respostas diferentes frente ao mesmo estímulo. Sendo assim, “cada pessoa tem o seu jeito de ser”. A este modo próprio de ser chamamos PERSONALIDADE.

E o que faz com que as pessoas tenham um determinado tipo de personalidade? O primeiro fator a interferir no tipo de personalidade das pessoas é sua característica física, sua natureza biológica (a estrutura dos ossos, os funcionamentos das glândulas, a conformação geral do corpo, que são características herdadas).


Desde a infância, as alegrias, decepções, os sucessos e fracassos marcam o indivíduo, contribuindo para determinar seu jeito de ser, pensar e agir. A experiência vivida também determina a personalidade.
O meio social em que a pessoa vive, a família, a relação entre pais e filhos, os amigos, o meio escolar, enfim, os fatores sociais também contribuem determinar características da sua personalidade.

A personalidade determina o tipo de comportamento que cada indivíduo terá?

Mas além da personalidade e das modificações do meio, existe ainda um terceiro elemento que atua no comportamento das pessoas.


Quando você está cansado, dormiu mal, sabe que existe em você alguma coisa em deficiência ou falta. Esta deficiência é relativa ao descanso, e então você vai procurar _______________. Sempre que você sente falta de algo, tem o sentimento de que precisa fazer alguma coisa para suprir esta falta, certo?

Se você está com fome, tem a sensação de que precisa comer alguma coisa. Assim, frente a uma necessidade, o homem dirige seu comportamento para atingir o objetivo que satisfaça essa necessidade. A necessidade é a sensação da falta de algo e o sentimento de ter que satisfazer essa falta.

Para compreender uma pessoa e o porquê de seu comportamento frente a um estímulo, temos que conhecer o meio, as modificações do meio, sua personalidade e suas necessidades.

As NECESSIDADES FISIOLÓGICAS são: sede, sono, sexo e fome. E estão ligadas à sobrevivência. São necessidades básicas indispensáveis à nossa vida.

Mas..... Você, que em geral está disposto e cheio de vida, às vezes... sente-se solitário, triste e deprimido. Fica com vontade de .... sei lá ... conversar com um amigo, encontrar uma pessoa querida ...

ALGUMA COISA ESTÁ ACONTENCENDO COM VOCÊ !

Você pega o telefone e liga para o seu melhor amigo. Claro! Isto, certamente, vai ajudar! Nesse dia, provavelmente, vocês saem para tomar uma cerveja ou um sorvete na saída do trabalho. Depois de um bom “papo” e de muita risada, acabam indo ao cinema ver um filme genial. Resultado ?

Na saída do cinema estão os dois supertranqüilos, alegres e bem-humorados. O que será que aconteceu?
Todos nós temos necessidades de companheirismo, de amizade, de calor humano. A esta necessidade de ser acolhido com amizade, de dar e receber afeição, chamamos de Necessidade de Afeto. Como esta, existe uma série de necessidades semelhantes que estão ligadas ao bem-estar interior à tranqüilidade emocional das pessoas. As necessidades ligadas a tranqüilidade emocional das pessoas, ao seu bem-estar interior, chama-se Necessidades Psicológicas do homem, que são:
Ø Necessidade de afeto;
Ø Necessidade de realização pessoal;
Ø Necessidade de independência;
Ø Necessidade de aceitação social;
Ø Necessidade de auto-estima;
Ø Necessidade de segurança.

A necessidade de afeto é a falta de amigos, pois temos necessidade de dar e receber afeto. As pessoas que são fechadas, solitárias, têm dificuldade de relacionar afetivamente com os outros, normalmente não conhecem muito bem a si mesmas; desconhecem suas dificuldades, medos e necessidades. Desta falta de conhecimento de nós mesmos e dos outros, só pode nascer mal-entendido, dificuldade e engano. Para um bom relacionamento entre as pessoas, compreender melhor e conhecer melhor a nós e aos outros é muito importante! Mas não é nada fácil!


A necessidade de realização pessoal é o desejo de realizar com satisfação coisas importantes, conseguir bons resultados, atingir seus objetivos. A necessidade que cada um tem de realização como pessoa está ligada à sensação agradável do sucesso e à desagradável do fracasso. Sendo que o sucesso é um estímulo positivo e o fracasso é um estímulo negativo. Sendo assim, se o êxito de nossas realizações nos traz uma sensação agradável, nossa tendência é nos comportarmos de modo a busca-lo.


A necessidade de independência é o desejo de sentir que somos capazes de governar nossas vidas, de sermos auto-suficientes e livres para escolhermos a nossa maneira de viver.
A necessidade de aceitação social - todos temos necessidade de ser aceitos pelos outros, sentir que as pessoas com quem convivemos, gostam de nós e nos aprovam, mas, ao mesmo tempo, precisamos de nos sentir independentes e com capacidade de realização.

A necessidade de auto-estima – necessidade que temos de sentir que aquilo que somos e fazemos está de acordo com o que esperamos de nós. No fundo, não esperamos de nós mesmos fracassos ou atitudes inadequadas. Para se sentir bem, o indivíduo tem que estar satisfeito consigo mesmo. O afeto que temos por nós mesmos não pode estar abalado a vida inteira. Uma sensação de não estarmos satisfeitos conosco, quando existe, deve ser temporária e, portanto, saudável. O sentimento temporário de não estarmos contentes com o que somos e o que fazemos serve para incentivar mudanças e novas realizações.
A necessidade de segurança é o desejo de sentimos um mínimo de estabilidade para ficarmos tranqüilos, de sentir protegidos. Toda vez que nos sentimos ameaçados, ou muito sós para resolver uma série de problemas, temos a sensação de inquietude ou insegurança. E este não é realmente um sentimento agradável! Por aí, dá para perceber que existe em nós uma necessidade de segurança.

Quando você estava meio “na fossa”, necessitando de afeto, ao ligar para seu amigo, você procurou satisfazer sua necessidade de afeto, não foi? Então podemos concluir que: as necessidades psicológicas interferem no comportamento. Todas as necessidades fisiológicas como as psicológicas determinam o comportamento do homem, SEMPRE !!!!

Mas, será que é importante tudo isso?


Para compreender melhor o porquê de certas situações, comportamentos e reações, precisamos procurar entender um pouco de nós mesmos e do outro.
Como em tudo na vida, sempre devemos descobrir o ponto de equilíbrio. Temos necessidade de afeto, de sentir que somos admirados. Mas isto não quer dizer que devemos renunciar ao nosso modo autêntico de ser para agradar aos outros, concorda?

Quando as necessidades estão sendo satisfeitas, vai tudo muito bem.... a vida é bela! Mas, e quando não estão? Muita coisa pode acontecer. Vamos ver as conseqüências de cada caso.
A satisfação ou não das necessidades interfere positiva ou negativamente no comportamento. Vamos pegar como um exemplo de uma pessoa que vive dizendo que gostaria tanto de ser médico ou advogado, que detesta seu trabalho, mas que não faz absolutamente nada para atingir seus objetivos.
Você acha que todas as suas necessidades psicológicas estão satisfeitas?
Se ele não se sente realizado com o que faz, que necessidade não está sendo satisfeita?
Se ele se sente fracassado, não luta pelos seus objetivos, pode estar gostando dele mesmo?
Você já é capaz de perceber o que vai ocorrer com o comportamento desta pessoa?

Portanto, a não satisfação das necessidades interfere em seu comportamento?
Se você estiver atento para perceber o que é que está lhe fazendo falta, terá maiores oportunidades de solucionar seus problemas e satisfazer harmonicamente suas necessidades.
É claro que, ao constatar o que lhe falta, poderá também perceber que é preciso mudar.

As pessoas não são iguais. Cada uma tem sua personalidade, nível de necessidades, comportamentos e reações.A este conjunto de características, que fazem cada ser único, chamamos individualidade. Mas, ao mesmo tempo, somos semelhantes por compartilhar necessidades parecidas com os outros seres humanos. E por estes fatores o homem é um ser Individual e Social.



Se não tivéssemos semelhanças com outras pessoas, haveria facilidade no nosso relacionamento com as mesmas? Se você é um indivíduo único em seu modo de ser, a contribuição que poderá dar à sociedade e aos grupos com os quais convive será original e única. E justamente no ambiente de trabalho que a individualidade de cada um deveria enriquecer o grupo. No mercado de trabalho isso é um ponto fundamental: cada um ter a possibilidade de compreender e relacionar-se com os outros e, ao mesmo tempo, contribuir de forma original.


O homem é por essência um ser social. A vida em grupo possibilita confrontar a nossa forma de ver a realidade com a forma com que os outros a vêem, e que pode ser bem diferente da nossa. Através da relação com os outros, o homem percebe a si próprio, agindo, sentindo, participando, etc.
Agora, pense um pouco: a quantos grupos você pertence?
Desde a pré-história, o homem descobriu que viver em conjunto facilita a luta pela sobrevivência, e que sozinho, ele se torna muito mais vulnerável.
A vida em sociedade favorece o contato entre as pessoas, necessário à tranqüilidade psicológica, proporcionando o relaciomanento afetivo que é indispensável ao ser humano.

Já o grupo de trabalho tem seu objetivo principal realizar tarefas. Pode ou não haver relacionamento afetivo, mas, sem dúvida, sua finalidade é cumprir tarefas. A finalidade do grupo é a realização de tarefa ou metas. Os grupos de trabalhos são denominados Grupos Formais.

Já os Grupos Informais ou Afetivos, tem sua principal característica por ser integrado por pessoas que têm objetivos parecidos, pensam de forma semelhante, têm alguma coisa em comum e, sobretudo, mantêm ligação afetiva entre si. Sua finalidade é a satisfação emocional.
Está percebendo quais as razões da formação de grupos?

Vamos a outro exemplo: existem grupos que defendem a idéia de que o homem precisa tomar cuidado com a poluição, pois ela está destruindo a natureza. Em vários setores, existem pessoas se preocupando com o problema ambiental, como médicos, arquitetos, cientistas, escritores, educadores, estudantes, etc. Quando as pessoas se associam formando um grupo para defender uma idéia semelhante e trabalham, cada um de sua maneira, para atingir um mesmo objetivo, chamamos a este grupo de Grupo Ideológico. Assim, dependendo do tipo de ligação e do objetivo do grupo, ele poderá ser formal, afetivo ou ideológico.

AS VANTAGENS E O PREÇO

Tiramos vantagem de viver em sociedade, não mesmo? Mas para viver em grupo temos que nos adaptar, contribuir, cooperar e aceitar as opiniões de outras pessoas. O homem tem a sua individualidade e não pode renunciar a isto.
E agora? Que fazemos com estas duas coisas que, à primeira vista, não combinam?
DEFESA DA INDIVIDUALIDADE X ADAPTAÇÃO SOCIAL

O ser humano tem a difícil tarefa de buscar ser cooperativo, para se adaptar às regras e comportamentos grupais, visando o bem-estar do grupo e de todos os elementos, inclusive o seu bem-estar, procurando não perder sua personalidade e sua individualidade!
A participação na vida de um grupo, quando nos submetemos às suas normas e regras de comportamento, pode nos enriquecer bastante. Mas, se as “regras do jogo” que nos forem impostas não são justas e razoáveis, então elas se tornam uma imposição, uma agressão à nossa personalidade.
Claro que, em geral, tem que executar tarefas em conjunto com outras pessoas, aceitar certas normas como, por exemplo, horário de trabalho, responsabilidade, um certo respeito pelos supervisores, etc. Em compensação, você precisa ganhar um salário, respeito e reconhecimento profissional, não é mesmo? As coisas que você gosta e tem que fazer implicam em gastos financeiros. Conclusão é uma troca.

Você, às vezes, acha que troca é desvantajosa? Se você não está satisfeito, se é este o caso, é preciso ver o que está acontecendo. Qual é o problema?
O importante é perceber porque você não está satisfeito. Tentar resolver este problema, criando condições para atingir seus objetivos, não é uma tarefa nada fácil, mais vale a pena tentar. Afinal, uma pessoa insatisfeita é muito pouco entusiasmada e produtiva. Mesmo com todas as dificuldades do mercado de trabalho, nossa atividade profissional deve ser compensadora.
No ambiente de trabalho, devemos buscar o equilíbrio entre os dois extremos, a liberdade e a adaptação às regras do jogo, o que nos levará a integridade da pessoa humana. A liberdade de cada um se realiza no convívio com os outros.

Você já considerou como é enriquecedor conhecer pessoas, trocas idéias e trabalhar com elas? Ao entrar em contato com outra pessoa, passa-se a conhecer uma individualidade diferente da nossa: outro modo de ser e de sentir, outros problemas, outras idéias enfim. Além de proporcionar o autoconhecimento, a percepção de si mesmo, através das reações e atitudes em relação ao outro. A relação sadia pressupõe franqueza sem, contudo presumir o desrespeito.


Sabemos que, na maior parte das vezes, as pessoas têm um certo receio de falar com franqueza, com medo de que os outros entendam mal ou fiquem magoados. Isto é comum, não é mesmo? Às vezes isso é muito difícil, pois confundimos franqueza com falta de educação e respeito. Críticas construtivas e profissionalmente maturas, pode ajudar no crescimento dos outros e no seu também.

Quais são os seus Motivos?

As condições internas e externas que levam o indivíduo a ter um certo comportamento chamam-se motivos. Suponha que você tenha um objetivo: ser engenheiro. Para atingir este alvo, você batalha, estuda até altas horas, trabalha para poder pagar um cursinho. E, depois de todo esse esforço, você entra na faculdade e se forma. Sua vontade de ser engenheiro, sua necessidade de se realizar forma motivos bastante fortes para que você se esforçasse, certo? Pois você estava altamente motivado. Todo motivo pressupõe uma necessidade e a intenção de satisfazê-la.


Como as pessoas são diferentes, cada uma tem, de forma mais acentuada, um ou outro tipo de necessidade. Uns necessitam mais de afeto, outros de segurança, outros de realização, etc. Você já tinha notado isso, né? Quanto mais intensa for essa necessidade, mais intenso será o grau de motivação.

Agora, reflita profundamente e responda: por que você trabalha? Ainda melhor: porque você escolheu trabalhar nessa profissão?

Os motivos que levam os indivíduos a trabalhar variam, assim, o comportamento deles frente à situação de trabalho também varia.


Veja uma situação concreta: Paulo e Mário trabalham na mesma empresa, realizando o mesmo tipo de trabalho. Paulo está trabalhando para poder se sustentar até estar formado. Já Mário trabalha com a intenção de fazer carreira dentro da empresa.

Entender isto pode ser muito útil, no relacionamento das pessoas no ambiente de trabalho.

Os estímulos positivos, para a teoria comportamental, sempre serão motivadores; como o sucesso econômico ou intelectual, o prestígio, a aceitação social e o afeto.
Já, as críticas constantes, a depreciação, a exigência exagerada são estímulos negativos que pode, na maioria das vezes, levar à perda de motivação.

Mas existe a lei da superação! As situações difíceis na primeira fase da vida podem servir de motivos para alcançar vitórias futuras.

PERCEBE?

Você conversa com alguns amigos. Está tão interessado no assunto que não percebe nada do que ocorre à sua volta. As luzes do bar que se acendem, as perguntas do garçom, a buzina de um carro, a conversa são exemplo de estímulos. Mas note bem: de todos estes estímulos, você só prestou atenção a um: a conversa.
Porque você selecionou, entre todos os estímulos, aquele que mais lhe interessava perceber. Você seleciona o que quer perceber e se desliga dos outros estímulos.
Não podemos perceber todos os estímulos existentes porque isso implicaria num desgaste excessivo de nossa energia. Nossos interesses e necessidades interferem na percepção, fazendo com que selecionemos alguns estímulos, entre os milhares que chegam a té nós.
A percepção é então seletiva.

A nossa maneira de perceber as pessoas e o mundo é altamente influenciada pelo nosso estado emocional, nossas experiências passadas e nosso tipo de cultura.
A cultura interfere na maneira de perceber o mundo, assim como os preconceitos, as emoções e as experiências passadas. Esses fatores permitem que nossa visão seja parcial quanto aos acontecimentos e as pessoas. Podemos provocar julgamentos errados e impressões falsas que não correspondem à realidade.
Quantas vezes você antipatizou “de cara” com uma pessoa só porque ela se parecia com alguém de quem você não gostava?
O cuidado com as diferenças culturais, com as mágoas passadas ajudará você a dar tempo suficiente para conhecer e compreender melhor as pessoas e as situações, sem se precipitar nos julgamentos.
Tenha cuidado! Não se precipite!

Você já pensou como os preconceitos prejudicam a percepção do “outro”? O lixeiro, por exemplo, é em geral uma profissão muito desvalorizada. Com isto, as pessoas normalmente não costumam nem mesmo prestar atenção na pessoa que exerce este trabalho, seu jeito de ser, sua individualidade. Chegamos mesmo a não ver o seu rosto.
Observe bem um determinado aspecto que prejudica a percepção: a Generalização.Lembra-se das piadas sobre portugueses? De tanto ouvi-las, você pode acabar ficando com uma impressão errônea sobre o povo – irmão.
E você sabe: as generalizações são muito comuns.É preciso ficar atento para as generalizações e os preconceitos, para que eles não aconteçam. Afinal, o que interessa é conhecer e compreender as pessoas, o melhor possível, objetivando relações humanas cada vez mais interessantes.

Se você está desanimado, achando que é muito difícil perceber as pessoas como elas realmente são, saiba que há remédio para isso.
Você já sabe que as pessoas se comportam movidas por suas necessidades. Cada uma delas tem seus motivos, seus objetivos, sua personalidade. Que tal tentar entender, conhecendo as pessoas em sua individualidade?
Se você começar por aí, verá como sua capacidade de percepção aumenta.

Pergunte-se:
ü Por que ele faz isso?
ü Qual é o seu objetivo?
ü Quais são suas necessidades?

As respostas a essas perguntas já são meio caminho andado para a percepção correta de outras pessoas.
Mas isto não basta. É preciso ir mais além, compreendendo nossas próprias dificuldades e limitações.Sem conhecer a si próprio, como conhecer os outros? Ponha-se no lugar do outro. Tente sentir o que ele está pensando, quais são seus problemas e limitações. Conheça suas potencialidades. Perceba!

Exercite seu autoconhecimento.
Tenha consciência de suas próprias habilidades e dificuldades.

A compreensão do outro e de nós mesmos, a observação, o autoconhecimento possibilitam uma percepção mais imparcial e, como conseqüência, um melhor relaciomanento entre as pessoas.

Agora já podemos falar de COMUNICAÇÃO.

Ela é um elemento importante do seu relacionamento com as outras pessoas. Na verdade, a comunicação está presente em todos os momentos da sua vida. Por isso, você deve saber comunicar-se bem em todas as ocasiões. De que modo isso é possível?

Vamos começar com a clareza. Veja esse exemplo:

... Por conseguinte, a realização de nosso acordo vai depender de pressupostos variáveis e de difícil determinação, o que nos leva a propor alternativas nem sempre condizentes com o substrato ...

Você presta atenção a uma conversa dessas?
Quem comunica com clareza é entendido e recebe uma resposta imediata. Com isso, o relacionamento fica mais fácil. Mas não basta falar com clareza. É preciso falar adequando a comunicação ao ouvinte.
Se você cultivar sua percepção e sensibilidade, não vai ser difícil falar para cada pessoa de modo que ela o entenda.
Você não acha isso importante?

Além de falar com clareza e adequadamente, você deve procurar o momento certo para comunicar-se. Nem tudo pode ser dito a qualquer hora, não é?
Nossos estados emocionais influenciam a comunicação. Você deve procurar comunicar-se quando tiver certeza que o estado emocional do ouvinte vai facilitar o diálogo. Use sua sensibilidade para perceber. Você sabe fazer isso?
Assim você evita comunicar-se em momentos inadequados, não fica falando sozinho, aprende a falar com clareza e garante sempre uma comunicação fluente e estimulante com seus semelhantes.
Mas, comunicar-se não é só falar bem. Se fosse assim, o que seria dos bebês e dos deficientes auditivos?
Você já notou quanta coisa a gente percebe através dos gestos e expressões?

As expressões podem revelar, por exemplo, que a pessoa está sentindo uma coisa e dizendo outra. A comunicação se faz por meios verbais e não verbais, ou seja, tanto por meio de palavras como por meio de gestos e expressões.

Não perca a chance de conhecer melhor o “outro” prestando atenção às suas palavras e observando sua linguagem corporal e fisionômica.

Existem milhões e milhões de pessoas no mundo. E VOCÊ... é uma delas. No trabalho, na rua, viajando, você sempre está cercado por pessoas. Como você se sente com tanta gente à sua volta? Num mundo assim, muitas pessoas se sentem insignificantes. Talvez você já tenha sentido isso. Mas você já parou para pensar em sua individualidade, integridade e inteligência? Isso não pode ser abafado por essa sensação de ser insignificante. Você é único! O outro que se relaciona com você também é único em suas idéias e em sua maneira de viver e de ver o mundo. Exatamente, como você.
Mas ele é semelhante a você em uma coisa: ambos têm um potencial que pode ser desenvolvido. É desenvolvendo esse potencial que construímos e mudamos o mundo, não é?
Para que você “cresça”, suas potencialidades devem ser desenvolvidas. E não é só isso. Você acha que pode parar depois de atingir um ponto alto de seu desenvolvimento?
A inteligência, o raciocínio, a percepção são potenciais que só se desenvolvem quando são constantemente utilizados. O sucesso não é fruto da sorte, mas de luta e vontade de vencer. O futuro depende de muitas circunstâncias que existem no ambiente externo e também de outras que existem dentro de nós.
Ninguém nasce sabendo, não é? Tudo na vida é APRENDIDO!


Talvez você descubra, um dia, se já não percebeu, que não se trata de ser “o melhor do mundo”. O que importa é saber aproveitar todas as chances que nos são oferecidas para realizar o que está ao nosso alcance e lutar para que essas chances existam para todos. “Ou crescemos todos juntos ou as nossas possibilidades de crescer serão sempre reduzidas”. E essa é a filosofia presente cada vez mais, no ambiente de trabalho.

O homem inventou e construiu um mundo novo, resolveu problemas complexos, descobriu muitas leis do Universo, criou as ciências etc.
Frente ao universo, sentimo-nos minúsculos. Perante animais inferiores, achamo-nos gigantes.
Você se sente pequeno e frágil, ou então grande e onipotente, dependendo do ponto de referência que usar. Tudo depende do referencial que você usa para fazer a comparação.
A reflexão do referencial de nós mesmos depende de “a que” ou “a quem” nos comparamos.

Sempre houve e haverá pessoas menos capazes e pessoas mais capazes que você.
Se você se compara só com pessoas menos capazes, acaba se tornando orgulhoso, onipotente e vaidoso. Se os referenciais são sempre pessoas mais capazes, você se sentirá eternamente inferiorizado, incapaz e pequeno.
Procurando sempre ver toda a verdade, você se torna capaz de ter um relacionamento equilibrado e harmonioso com os outros.
Você é capaz para certas coisas e incapaz para outras.
Tem muitas qualidades que convivem com defeitos.
Tem um imenso potencial que deve desenvolver. Mas não pode se esquecer das limitações que possui.
Mas nisso tudo você não é único. Todos nós somos assim. E você é semelhante aos outros, lembra?

Se você percebe sempre os dois lados de você mesmo, vai saber perceber melhor os outros.
Vai ver que os outros não são superiores nem inferiores a você. E que você não é melhor nem pior do que eles. Isso é muito importante. Isso é sabedoria emocional!

Quem se conhece bem, sabe se relacionar com os outros e compreende-los respeitando-os em sua individualidade e conhecendo-os cada vez melhor.
E quanto mais você conhece os outros, mas aprende sobre si mesmo.

Tudo isso leva a uma coisa só: a um relacionamento repleto de entusiasmo, respeito e afeto.
E não é isso, que no fundo, todos buscam nos relacionamentos, íntimos e também profissionais?

J
Referências Bibliográficas:

Apostila: Psicologia Social e Recursos Humanos. Curso de especialização em Administração de RH – Departamento de Psicologia – UFMG – Belo Horizonte, 2001.

Apostila: Trabalhando a habilidade Interpessoal de nossos funcionários. Curso MBA - especialização em Gestão de Pessoas em Ambiente de Mudança – Fundação Getúlio Vargas – Rio de Janeiro, 2003.

SENAC. Departamento Regional de São Paulo. Relações Humanas. – 9ª edição. – São Paulo, 2000.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Reeducação Psicopedagógica

APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO:
UMA QUESTÃO DE BASE, MEIO E TOPO.
Valéria Coimbra – Pedagoga – Psicopedagoga - Psicanalista


Quando chega até nós uma criança que está apresentando dificuldades para aprender na Escola, nos interessa saber o que interrompeu o processo natural pelo qual todas as crianças passam, qual a razão pela qual ela não aprende, onde ela interrompeu, o que a está atrapalhando. Portanto, para fazer o diagnóstico preciso dos distúrbios de aprendizagem é fundamental conhecer como se dá o desenvolvimento de uma criança e quais os fatores que nele interfere, assim como quais são as condições básicas para aprender e de fato como esse processo acontece.
A propósito do tema “Desenvolvimento”, tomando como ponto de partida o critério de saúde e não o de normal / anormal / patológico, discorremos sobre os parâmetros do desenvolvimento saudável.
Em primeira instância, infância saudável é traduzida como: comer bem, dormir bem, brincar, expressar seu pensamento, ter “alegrias” de viver. Cada uma dessas facetas é composta de passos crescentes, que segue ritmos próprios, e que por vezes podem avançar ou retroceder, em determinados passos, segundo contexto favorável ou desfavorável.
Desenvolvimento é um conceito bem abrangente, que une todos os aspectos: anatômicos, fisiológicos e de comportamento de um organismo. Serve para tornar inseparáveis termos tais como: hereditariedade e ambiente, mente e corpo, conduta e personalidade.
Tomemos a imagem da pirâmide, que tem base, meio e topo. Vamos relacionar tal estrutura para compreender o desenvolvimento de uma criança.
Base para criança, “raiz”, é seu código genético, que coloca o indivíduo frente tanto a potencialidades quanto a limitações claras, como casos de retardo mental, mongolismo, doença neurológica congênita ou qualquer ocorrência de comprometimento antes do nascimento. São suas características pessoais inatas que são fontes de sustentação e autoconsciência.
Maturação é a concretização gradativa das potencialidades do organismo. Resulta do crescimento fisiológico que conduz a mudanças de suas funções. Embora possa verificar-se sem aprendizagem, a maturação traz impulso pr´prio, ou motivação para a experiência.
O meio da pirâmide representa o adquirido pelo contexto social e familiar, fatores que vão ocorrendo ao longo da vida, conforme o indivíduo reage ao ambiente e suas necessidades. É a “domesticação” (*) e a educação feita pelos pais, cuidados essenciais, sem os quais a criança não sobreviverá. Cabe aos pais e professores então, dar uma acessória à base, compreendendo que cada criança tem possibilidades a serem desenvolvidas e limitações a serem respeitadas e redefinidas.

(*) o termo domesticação utilizado aqui quer dizer colocar perto, dentro de casa, com espaço vital, diferente de confinamento, que quer dizer manter dentro, mas sem espaço vital.
O topo da pirâmide seria buscar ser ela mesma, identificar-se com ela no que ela tem de original, de próprio, de pessoal e intransferível.
Desenvolvimento é então, um processo pelo qual o indivíduo se esforça para atingir a sua auto-realização. É um fluxo rítmico, com mudanças quantitativas e qualitativas que prosseguem em direções específicas, em seqüência previsível. Inclui traços e características que não podem ser medidos por padrões absolutos. Abrange modificações qualitativas de diferenciação, organização e aperfeiçoamento. Segue leis naturais e apresenta algumas características universais.
Para definir aprendizagem, parece útil que comecemos por um conceito amplo.
Seres humanos são continuamente estimulados tanto por fontes internas quanto por fontes externas e estão sempre respondendo a essa complexa estimulação. A aprendizagem prossegue na constante interação da estimulação e da resposta.
No sentido mais lento, a aprendizagem é tão extensa quanto a própria vida. A importância da aprendizagem, no entanto, varia de uma espécie para outra. Entre os animais inferiores, as atividades aprendidas constituem apenas, uma porção relativamente pequena das reações totais do organismo. A aprendizagem é lenta, de pequena extensão. Os protozoários, por exemplo, já nascem como organismos praticamente amadurecidos. Não possuem infância propriamente, tem escassa capacidade para aprender, os efeitos da aprendizagem quase não exercem influência em suas vidas. Seu equipamento de respostas inatas é suficiente para satisfazer suas necessidades.
A medida em que se ascende na escala animal, o período da infância, a capacidade para aprender e a importância da aprendizagem na vida do organismo aumentam, regularmente com um correspondente decréscimo dos comportamentos inatos. O homem, talvez a mais alta forma de vida animal, possui o menor número de reações inatas. Sua infância é mais longa e possui maior capacidade para tirar proveito da experiência. Seu repertório de reações é quase todo constituído de respostas adquiridas, isto é, aprendidas.
Na vida humana a aprendizagem se inicia com o nascimento (ou até antes) e se prolonga até a morte. O bebê aprende a chamar sua mãe com o choro. No primeiro ano, familiarizou-se com muitos objetos que forma seu novo mundo, adquiriu um certo controle sobre suas mãos e pés, e começa a aprender a linguagem falada. Aos cinco ou seis anos, ingressa na idade escolar, onde por meio da aprendizagem dirigida, adquire hábitos, habilidades, informações, conhecimentos e atitudes que a sociedade considera importantes.
Assim, através da aprendizagem, o homem melhora suas realizações nas tarefas manuais, tira partido dos seus erros, conhece a natureza e compreende seus companheiros. Ela capacita-o a adequar-se a seu ambiente físico e social.


Os estudos e pesquisas científicas empreendidas pelos psicólogos, visando a compreensão do fenômeno da aprendizagem, resultaram no aparecimento de diferentes conceitos e definições, conforme as diversas teorias de aprendizagem que foram se organizando, na base dos fatos investigados.
No entanto, fazendo uma síntese das diversas abordagens, parece haver concordância de que a aprendizagem pode ser definida como uma modificação do comportamento por efeito da prática ou experiência, com um sentido de progressiva adaptação ou ajustamento. Comportamento, aqui, não é tomado apenas no sentido de reações explícitas ou de ação direta sobre o ambiente físico, como manipular, locomover-se, mas também de reações simbólicas, que tanto interessam á compreensão da vida social, observados em gestos, na fala, na linguagem gráfica, como ainda de comportamentos implícitos, que as reações simbólicas vêm permitir, com o perceber, compreender, imaginar e pensar de modo coerente. Por outro lado o termo “prática” não significa a exata repetição de uma reação qualquer, mas a reiteração dos esforços de que aprende no sentido de progressiva adaptação a uma nova situação que se ofereça.
Toda aprendizagem resulta da procura do restabelecimento de um equilíbrio vital, rompido pela nova situação estimuladora, para a qual o sujeito não disponha de resposta adequada. A quebra deste equilíbrio determina no indivíduo, um sentimento de desajustamento, ao enfrentar uma situação nova, e o único meio de ajustar-se é agir ou reagir até que a resposta conveniente à nova situação venha fazer parte integrante de seu equipamento de comportamentos adquiridos.
Voltamos a imagem da pirâmide, a base da aprendizagem é o aparato constitucional, o córtex cerebral, os órgãos dos sentidos, as funções perceptivas, intelectivas.
O meio da aprendizagem são as experiências, os estímulos que o ambiente oferece.
O topo da aprendizagem são as respostas que permitem ao indivíduo solucionar os problemas que surgem na vida, tornando-o assim mais integrado e adequado ao ambiente em que vive.
São diversos os fatores que interferem no processo de aprender, fatores estes que estão em função de condições orgânicas e ambientais. Vimos como o aparato constitucional e o amadurecimento fisiológico do organismo são fundamentais para o desenvolvimento do mesmo. É a integração de fatores externos e internos que influem no sentido de facilitar ou dificultar a aprendizagem.
Fatores como o envolvimento na tarefa, que está ligado à motivação e a significatividade do material interferem fundamentalmente na aprendizagem. Queremos dizer, quanto mais envolvidos, quanto maiores os motivos, maior os motivos, maior o interesse e quanto aprender e mais substancial será a aprendizagem.
Além destes fatores, outros como a distribuição mais apropriada da prática e do descanso, o método de prática empregado e a freqüência da prática também têm influência no aprender. No entanto, a repetição sem a intenção de aprender, sem o conhecimento dos resultados e sem o esforço do aprendiz, pouco efeito tem sobre a aprendizagem.


Resumindo, caracteristicamente a aprendizagem é considerada como: um processo dinâmico, não ocorre por absorção passiva, envolve a participação do indivíduo, um processo contínuo, está presente durante toda a vida, um processo global, inclui sempre aspetos motores, emocionais e intelectuais, um processo pessoal, varia de indivíduo para outro, um processo gradativo, pois cada nova situação envolve maior número de elementos, um processo cumulativo, a experiência atual aproveita das experiências anteriores.

Sabe-se que, para fazer um bolo, ele precisa de ingredientes básicos tais como: farinha, leite, ovos, manteiga, açúcar. Porém o ingrediente que faz o bolo crescer, é o fermento. Fazendo uma analogia entre o bolo e a criança, vemos que o desenvolvimento desta também requer um ingrediente emocional de extrema importância e que funciona como fermento para a criança. O que possibilita o crescimento emocional de uma criança é a confiança básica em si mesma, é a fé, que em grande parte é produzida através de boas expectativas dos pais em relação á criança. Criança necessita de um olhar de “pai orgulhos”, precisa que lhe grifem mais os acertos e menos as falhas. Dezenas de pesquisas já forma feitas comprovando a influência do simples olhar atento dos pais no comportamento dos filhos.
Vamos então analisar agora, como se forma essa confiança básica, essa identidade própria na infância, á luz da estrutura piramidal se organizando dentro das óticas psicomotoras, emocional e cognitiva.


Desenvolvimento Psicomotor

Base para o desenvolvimento psicomotor tem a ver com o arcabouço inato referente a ossos, músculos, proporções corporais, características psicomotoras herdadas, que serão raiz de seu posterior desenvolvimento.
O meio da pirâmide se compôs de uma série de aquisições graduais, podendo transcorrer naturalmente, passo a passo ou ser influenciado por algo que afete esse desenvolvimento, como ocorrência de lesões cerebrais devido a traumatismos cranianos, doenças neurológicas que deixem seqüelas psicomotoras, falta de estimulação adequada, condições de higiene, alimentação, fatores sócio-culturais, etc.
Há duas direções claras para o desenvolvimento psicomotor: aquisição do freio inibitório e de movimentos dissociados, e duas leis universais: céfalo-caudal (cabeça – pés) e próximo – distal (tronco –extremidades). Há interjogo entre o psico (mente) e o motor (corpo). Até os onze anos de idade, esses dois componentes se desenvolvem paralelamente, sendo que influencia / auxilia / interfere no transcorrer do outro.
De 4 a 6 anos, a criança passa por um período de treino, onde a característica principal é a lentidão. É necessário que ela seja lenta para que aprenda e guarde na memória motora a seqüência de movimentos envolvidos nos novos comportamentos que adquire a cada dia (dar nó, dar laço, tomar banho sozinha, vestir-se, etc.). Essa lentidão lhe prepara para a precisão futura.
De 7 a 10 anos, terá aliado à precisão com rapidez, a força muscular. Dizemos então que a base e o meio da pirâmide psicomotora já estão delineadas e dependerá da escolha do que ela fará, que caminho tomará na vida, para continuar se desenvolvendo na área psicomotora nesse ou naquele aspecto (quando então delineará o topo da pirâmide).

Desenvolvimento Emocional

A pirâmide emocional trata da formação da personalidade do indivíduo. A base inata é o temperamento. As influências ambientais sobre a personalidade operam desde o momento de concepção. Ao passo que o meio pré – natal é relativamente constante, as acentuadas privações e as condições incomuns produzem um impacto considerável sobre o desenvolvimento.
Em cima dessa rede de tendências (temperamento), irão se adquirir outras características conforme o contexto social e familiar (meio da pirâmide ). É da natureza da criança altos e baixos, um certo destempero, portanto não podemos quere “adultizar” uma criança.
O topo da pirâmide emocional está relacionada com o tomar o “trem da própria história”, definir-se por si mesma, conhecer-se e cuidar de si.
Dentre muitos aspectos que podem ser relacionados ao desenvolvimento emocional da criança, observa-se com mais regularidade dos seguintes:
Uma criança com dois anos, já tem vontade própria evidenciada. Faz manhas, quer mandar, tomar decisões. Não gosta de ser ajudada, quer que tudo fique sempre no mesmo lugar (necessário para que se organize), é impulsiva, instável e tem dificuldade de repartir objetos e pessoas. Já consegue brincar de faz de conta, o que evidencia que começa a representar simbolicamente o outro.
Aos três anos, procura uma identidade, é do contra, oposicionista, já dá conta de esperar sua vez, quer todas as atenções para si.
Aos quatro anos, ainda é marcante a instabilidade emocional. Começa um período de grande curiosidade (inclusive sexual), marcada de perguntas: como? Porque? Começa a diferenciar o real da fantasia e enfrentar o conflito entre o querer e o dever.
Aos cinco anos, o pensamento é ainda egocêntrico. É capaz de pensar antes de falar. Há conflito entre o certo e o errado e seu sentido de moral ainda é pouco cristalizado (se apanhada em uma falta pode facilmente acusar outra pessoa).
Aos seis anos é agressivo, explosivo, exigente e contraditório. Chora se perde num jogo e acusa o outro de tapeação. Matem um relacionamento difícil com outras crianças.
Aos sete anos, real e fantasia estão definitivamente diferenciados. É nesse período que geralmente elabora temas como separação, morte, fim. Começa um período de maior socialização, onde os jogos com amigos são importantes.
Aos oito anos, têm-se um prolongamento das aquisições feitas aos sete anos.
Aos nove anos, está muito irritada, sendo um período de grandes conflitos. Não é a criancinha nem o adolescente. As meninas iniciam modificações corporais que marcam o princípio da puberdade, enquanto nos meninos isso se dá mais tarde.
Dos dez aos doze anos, vive a pré-adolescência, dedicando sua maior atenção aos grupos. Seu temperamento é bem instável e usa muita manipulação para conseguir o que quer.
A construção da própria identidade e busca dos valores próprios serão exercitados na adolescência, delineando o topo da pirâmide emocional na infância.

Desenvolvimento Intelectual / Cognitivo

O funcionamento intelectual é uma forma especial de atividade biológica e, como tal, possui importantes atributos em comum com as atividades nas quais tem origem. A inteligências está ligada à biologia no sentido de que as estruturas biológicas condicionam o que somos capazes de perceber. Não herdamos as estruturas cognitivas como tais, elas surgem no decorrer do funcionamento intelectual e é apenas através dele que elas surgem.
Os esquemas de ação representam a estrutura cognitiva que se adapta. Do ponto de vista piramidal, poderíamos dizer que o funcionamento intelectual se dá através da relação de interdependência de dois processos: assimilação e acomodação que hora são base e meio alternadamente, e que convergem para a adaptação, topo desta pirâmide.
Esclarecendo melhor esta relação descremos a assimilação como a capacidade do organismo para manejar novas situações e novos problemas com seu estoque presente de mecanismos e a acomodação como o processo de mudança através do qual o organismo torna-se capaz de manejar situações que são inicialmente difíceis demais para ele. Assimilar é incorporar as coisas e pessoas à atividade própria do sujeito. Assimilando assim os objetos, a ação e o pensamento são levados a se acomodarem a eles, isto é, a se reajustarem por ocasião de cada variação. Assim, a adaptação é a síntese destes dois processos, ocorrendo durante todo o desenvolvimento da criança. É a maneira pela qual ela adquire estruturas novas ou modifica antigas, tornando-as mais efetivas.
Segundo Piaget, o desenvolvimento intelectual de uma criança pode ser dividido em quatro períodos. O primeiro, sensório-motor, do nascimento aos dois anos, tem como aspecto fundamental o fato da inteligência ser essencialmente prática, a criança pensa pegando, mordendo, etc.
O segundo período, pré-operacional ou intuitivo – simbólico, de dois aos sete anos, caracteriza-se por ser um período de transição e preparação para as operações concretas. O pensamento da criança é mágico, tem como centro o seu ponto de vista. Cai em contradições óbvias, está desequilibrada em seu pensamento conceitual. Adquire a capacidade de simbolizar, mas seu raciocínio ainda é rígido.
O terceiro período, operatório concreto, dos sete aos doze anos, tem como característica um raciocínio flexível, organizado, sistematizado. A criança já pode ordenar objetos pelo tamanho e ajuntar novos objetos a uma série. Consegue classificar elementos utilizando-se de um critério objetivo, percebendo as relações de classe e sub-classes. Adquire o conceito de número. No entanto, seu pensamento ainda se encontra ligado ao concreto.
No quarto e último período, das operações formais, de 11 anos em diante, o raciocínio já está independente do concreto. A criança pode compreender aos princípios básicos do pensamento causal e já sabe formular hipóteses. Utiliza-se das probabilidades e tem facilidade de elaborar teorias abstratas. As operações são então transpostas do plano da manipulação concreta para as idéias, expressas m linguagem de palavras, símbolos matemáticos sem o apoio da experiência.
A partir do conhecimento dos princípios e fatores que influem no funcionamento do processo de aprendizagem e do desenvolvimento em geral, algumas práticas pedagógicas tornam-se importantes de serem observadas:
1. Responsabilizar a criança tornando-a ativa e interessada pelo seu processo de aprender;
2. Estabelecer objetivos claros a serem atingidos;
3. Introduzir conteúdos de maneira significativa para a criança;
4. Permitir que ela descubra a utilidade do conhecimento adquirido;
5. Incentivar um trabalho cooperativo, facilitando a ocorrência de situações desafiadoras;
6. Desenvolver técnicas lúdicas onde se possa redefinir o sentido de aprender como algo motivador e prazeroso;
7. Considerar os erros da criança como uma resposta que revela o nível mental em que ela está no momento;
8. Compreender que cada criança tem possibilidades e habilidades a serem desenvolvidas num ritmo próprio e limitações a serem respeitadas e redefinidas
9. Colaborar com a aquisição da confiança básica da criança, acreditando, torcendo, valorizando o que é produzido por ela;
10. Avaliar sistematicamente os resultados junto com todos os participantes do processo.
















ASPECTOS PSICOMOTORES NO
APRENDIZADO DE LEITURA E ESCRITA
Valéria Coimbra – Pedagoga – Psicopedagoga - Psicanalista


Áreas de Dificuldades Específicas

Fatores Observados (ótica psicomotora)

I – Coordenação Motora (utilização eficiente das partes do corpo em função do gesto utilizado).

Coordenação Grossa – Equilíbrio

Dinâmica (andar, correr)
Influências na área pedagógica: Criança estabanada, com postura inadequada durante o movimento amplo, dificuldade em andar entre os móveis, derruba tudo.

Estática (ficar parado, sentado, persistência motora)
Influências na área pedagógica: Criança não se assenta corretamente na carteira, o que traz problemas de atenção, prejudicando o aprendizado. Dificuldade de controle inibitório.

Coordenação Fina – envolve partes menores do corpo: mãos, dedos.
Influências na área pedagógica: Pode ocorrer a disgrafia, movimento de base incorreto, pressão do lápis instável ou demasiado forte ou fraco. Dificuldade para recortar e praticar jogos.

II – Tonicidade (dosagem adequada de tensão para cada gesto ou atitude)

Distúrbio Hipertonia (aumento mais ou menos constante da tonicidade – tensão)
Influências na área pedagógica: Problemas na atenção e concentração, dificuldades no relaxamento. Postura ruim, letra péssima, pressão variada.

Distúrbio Hipotonia (diminuição mais ou menos constante da tonicidade – moleza)
Influências na área pedagógica: Preguiça, desmotivação escolar. Postura ruim, letra péssima.

Sincinesia (movimento ou tensão muscular involuntário de partes do corpo não envolvidas no movimento: tremores de língua, boca, dedos, pálpebras – até 04 anos normal, deveria terminar até 07 anos).
Influências na área pedagógica: Desgaste desnecessário de partes do corpo, podendo provocar cansaço e problemas na concentração.

III – Organização Espacial - Percepção Visual

Quanto à adaptação (capacidade de lidar com distâncias)
Influências na área pedagógica: Problemas em matemática. Dificuldade de planejamento do uso da folha (curva na frase, dificuldade na separação de sílaba no fim da página). Dificuldade de estabelecimento relações entre 02 objetos ( mais longe que, mais perto que). Escreva fora da linha.

Quanto à orientação (lateralidade – capacidade de lidar com posições no espaço: direita – esquerda, frente – trás, de um lado – de outro, cima – baixo). Definição a partir de 06 anos.
Influências na área pedagógica: Dificuldade quanto à orientação e organização na escrita, problemas na discriminação de letras simétricas (p/q, n/u, d/b, q/g), confusão entre letras na leitura, escrita e linguagem. Dificuldades com quebra – cabeças e de análise e síntese na leitura. Dificuldades na seqüência: frases dentro de um parágrafo, palavras dentro de uma frase, sílabas dentro de uma palavra. Confusão entre 23 e 32, corpo com porco, me com em, tala com lata.

Quanto á estruturação (capacidade de estabelecer todas as relações do espaço conjuntamente organizar as partes do todo).
Influências na área pedagógica: Dificuldades na organização em uma composição, inversão da ordem das letras dentro das sílabas (livor, palca), inversão na ordem das sílabas na palavra (cocholate), leitura e escrita em espelhos (no, on), omissão ou adição de letras, sílabas ou palavras, confusão no uso da maiúscula e minúscula. Dificuldade de olhar em dicionário, catálogo. A atenção pula de um estímulo para outro e é incapaz de ler.


IV - Temporal – Percepção Auditiva
Quanto à adaptação (capacidade de seguir ritmos diferentes).
Influências na área pedagógica: Dificuldades na pontuação e acentuação.

Quanto à orientação (capacidade de lidar com noções de tempo – antes, depois, passado, presente, futuro).
Influências na área pedagógica: Dificuldade na estruturação de frases na composição, dificuldade na interpretação de textos, dificuldade em seriação. Confusão entre letras foneticamente semelhantes (t/d, p/b, g/c). dificuldades em apreender os conceitos de 1º, 2º, último.

Quanto à estruturação - capacidade de interpretar sons segundo:
Ritmo (devagar – depressa)
Influências na área pedagógica: Dificuldades na leitura quanto à observância da pontuação. Incoordenação de movimentos. Envolve atenção e percepção auditiva (criança com deficiência auditiva – ritmo alterado).


Intensidade (forte – fraco).
Influências na área pedagógica: Dificuldades na entonação da leitura, dificuldades para entender o porque da acentuação.

Duração (longo – curto).
Influências na área pedagógica: Dificuldades em ler horas, dificuldades em compreender a pontuação. Dificuldade na noção de duração e intervalo. Seqüência.

V – Atenção (capacidade de apreender o estímulo)
Influências na área pedagógica: Dificuldades em se envolver nas atividades pedagógicas, individualmente ou em grupo.

VI - Concentração (capacidade de seguir um estímulo por tempo maior deixando anulado os outros que poderiam interferir).
Influências na área pedagógica: Dificuldades na matemática (raciocínio abstrato), dificuldade de separar o principal do secundário (dificuldade na interpretação de textos), dificuldade na leitura silenciosa, substituição de uma palavra por outra de significado aproximado na leitura.

VII – Memória (capacidade de reter o estímulo e suas características).
Influências na área pedagógica: Dificuldades na retenção de matérias, dificuldades para transmitir recados, para contar histórias (esquece pedaços).

VIII – Desenvolvimento do Esquema Corporal
Referência de si mesmo – motricidade, orientação espaço - temporal, afetividade, linguagem.
Influências na área pedagógica: Desenhos com partes do corpo mal localizadas. Não consegue boa percepção na leitura, escrita. Má coordenação motora, problemas viso-motores, vocabulário e linguagem pobres. Troca de letras, inversão de letras. Escreve fora da linha.

IX – Linguagem
Capacidade de expressar uma idéia, memória, pronúncia, ritmo, respiração.
Influências na área pedagógica: Dificuldades na leitura, repetição de palavras. Dislalia (omissão e confusão de fonemas). Problemas de vocabulário e de compreensão – pouca fluência verbal. Escrita e leitura necessitam da linguagem oral porque são representações simbólicas do som falado.








ASPECTOS COGNITIVOS NO APRENDIZADO
DE LEITURA E ESCRITA


Desenvolvimento cognitivo e alfabetização

A preparação para a alfabetização tem sido objeto de preocupação para os educadores. Uma das questões freqüentemente postuladas é a de quando a criança deve ser alfabetizada. Como solução para este problema são colocados principalmente dois aspectos:
a) Estabelecimento de uma idade adequada
b) Treinamento mais lento onde as principais habilidades envolvidas na leitura e escrita possam ser praticadas.

Tradicionalmente a alfabetização inicial era vista como função da relação entre o método utilizado e o estado de “maturidade“ ou “prontidão”. Nesta perspectiva a preparação para a alfabetização tinha como centro somente a automatização de habilidades psicomotoras.
Conhecer melhor o pensamento da criança, levando em consideração o desenvolvimento cognitivo permite uma percepção mais consistente da aprendizagem, que está além de respostas treinadas e memorizadas.
Assim, os dois pólos do processo de aprendizagem (quem ensina – quem aprende) vão se caracterizar levando-se em conta um terceiro elemento nesta relação, antes completamente desconsiderado: a natureza do objeto de conhecimento envolvido nesta aprendizagem. Neste sentido vamos tentar percebe-lo não como uma entidade única, mas como uma tríade.











A escrita como representação.
Podemos conceber a escrita de duas formas, o que nos levará a diferentes conseqüências pedagógicas. A escrita pode ser considerada como:
Representação da linguagem
Representar significa tornar presente, através da imagem sensorial, concreta, fenômenos do mundo exterior. Portanto uma representação X não é igual à realidade R que representa (se assim for não seria representação mas outra instância de R).

Se um sistema X é a representação adequada de certa realidade R, então:
a) X possui algumas das propriedades e relações próprias a R.
b) X exclui algumas das propriedades e relações próprias a R.

Código de transcrição
Gráfica das unidades sonotivos de representação (X1, X2, X3...)a partir de um X original.
Ex: Transcrição de letras do alfabeto em código telegráfico,
Transcrição dos dígitos em código binário computacional,
Produção de códigos secretos para uso militar.

A diferença essencial é que na codificação tanto os elementos como as relações já estão pré-determinados e na representação nem os elementos, nem as relações estão pré-determinados.
Ex: código Morse / invenção da escrita.

Poderia se pensar que o sistema de repersentação (Escrita) é aprendido pelos novos usuários como um sistema de codificação. Mas na verdade o que acontece é que a criança reinventa estes sistemas (sistema de representação de números e sistema de representação da linguagem); não que reinvente números ou letras, mas deve compreender seu processo de construção e suas regras de produção.

Conseqüência Pedagógicas

ü Se escrita = codificação – está em primeiro plano: discriminação perceptiva nas modalidades envolvidas (visual e auditiva).
ü Se escrita = representação – está em primeiro plano: compreender a natureza do sistema de representação.

As crianças possuem concepções distintas a respeito da escrita que podem ir desde a incapacidade de diferenciar escrita de desenho até a elaboração de uma hipótese alfabética a respeito da escrita.
As primeiras escritas infantis aparecem, do ponto de vista gráfico, como linhas onduladas ou quebradas (ziguezague) contínuas ou fragmentadas ou então como uma série de elementos discretos repetidos (linhas ou bolinhas).
Devemos considerar a evolução da escrita infantil sobre dois aspectos:
a) Aspecto gráfico: tem a ver com a qualidade do traço, distribuição espacial das formas, orientação predominante (esquerda para direita, cima para baixo), orientação dos caracteres individuais (inversões, rotações).
b) Aspecto construtivo: tem a ver com o que se quis representar e os meios utilizados para criar diferenças entre as representações.

Do ponto de vista construtivo podem ser distinguidos três grandes períodos (no interior dos quais cabem múltiplos subdivisões):

ü Distinção entre “desenhar” e “escrever”, diferenciação entre as marcas gráficas figurativas e as não figurativas;


ü Construção de formas de diferenciação (controle progressivo das variações sobre os eixos qualitativo e quantitativo).


ü Fonetização da escrita (que se inicia com um período silábico e culmina com o alfabético). Descoberta das partes da escrita (suas letras e suas sílabas). Período silábico / período silábico – alfabético / período alfabético.


É necessário, portanto que a criança não só compreenda o sistema de representação da escrita, mas que também domine as convenções da escrita de sua língua superando certas dificuldades de ortografia.


Concepções sobre a língua subjacentes à prática docente.

Nenhuma prática pedagógica é neutra. Todas estão apoiadas em certo modo de conceber o processo e o objeto dessa aprendizagem.
As dificuldades principais que se impõe no estabelecimento da relação entre o sujeito e os objetos de conhecimento são:
a) A visão do adulto já alfabetizado, sobre o sistema de escrita.
b) Confusão entre escrever e desenhar letras
c) Redução do conhecimento do leitor ao conhecimento das letras e seu valor sonoro convencional.

A concepção que se encontra subjacente a estas práticas é a de conceber a escrita como técnica de transcrição de sons onde o objeto de conhecimento é apenas escolar e o professor é o único informante autorizado.

Neste sentido é importante, antes de partir para diagnósticos mais graves, antes de desenvolver atitudes negativas em relação a criança que fracassa ou que é lenta estar alerta para todo o seu desenvolvimento: cognitivo, psicomotor, emocional.








ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE
DISLEXIA ESPECÍFICA DE EVOLUÇÃO


Segundo Cacilda Cuba dos Santos, em cada 100 indivíduos, 10 provavelmente são disléxicos e isso já é razão suficiente para que nos aprofundemos no estudo desta síndrome, a fim de procurarmos atender essa população melhor.
A palavra DISLEXIA vem do grego dys (mal) e lexis (palavra, frase), significando, “em sentido amplo, qualquer dificuldade que se verifique no aprendizado da leitura (e da escrita), não importando qual a sua causa”. Em sentido restrito, “o termo designa somente dificuldade à leitura e à escrita em indivíduos sem problemas outros de aprendizado e sem déficit sensorial ou de adaptação”. Acrescenta-se a isso a informação de que essa dificuldade independe do método de alfabetização.
O termo dislexia específica de evolução foi tomado pelos franceses e significa:
Específica: a dificuldade que se refere apenas ao campo em que entram leitura e escrita.
De evolução: porque os sintomas tendem, com o tempo, a desaparecer espontaneamente.

Considera-se normal que crianças no início da alfabetização cometam erros de inversão de letras, não distinguindo letras como p, b, q, d, não estabelecendo diferenças entre uma forma e sua imagem especular, como entre b e d, n e u, podendo também acrescentar palavras a leitura, substituir uma palavra por outra de aspecto semelhante, repetir a letra final de palavras que acabam de ler, etc.
Porém, nos disléxicos, “o importante seria apenas a persistência desses erros que neles duram além do período comum de aprendizado convencional, não tendo desaparecido quando este já se faz há cerca de um ano ou mais”.
A dislexia ocorre principalmente entre 6 e 17 anos, numa proporção do sexo masculino para o sexo feminino de cerca de 4 por 1, encontrada em diversos países, inclusive no Japão, costumando se apresentar em pessoas de nível intelectual norma, sendo mais freqüente em indivíduos de inteligência superior. Fatores que facilitam o aparecimento da dislexia são, o ensino pelo método global, o bilingüismo, a alfabetização muito precoce ou indevidamente tardia.
O primeiro caso de dislexia descrito foi em 1896, sendo a Inglaterra considerada o país berço do estudo de tal assunto.
Nomes como “cegueira verbal congênita”, alexia congênita”, “alexia de evolução”, dislexia constitucional, foram empregados, até chegar ao dislexia específica de evolução, pela escola francesa.
Na Inglaterra, ainda se conserva o nome cegueira verbal congênita, nos EUA o termo é leitores atrasados.



Quadro Clínico

Essa síndrome pedagógica especial contém certas características ditas pedagógicas, e outras, como distúrbios associados, estes, não obrigatórios na dislexia, não sendo essenciais em relação à sua etiologia e patogenia, mas importante quando presentes.
O disléxico vai bem todas as matérias do primário, menos em leitura e linguagem, isso no início do curso primário. Quando já na 3ª e 4ª série, aparecem também dificuldades de compreensão à leitura no enunciado de problemas, o que dificulta seu rendimento em matemática.

Tipos de erros à leitura e escrita
(geralmente não encontram todos num mesmo indivíduo, mas uma combinação deles)

ü Confusão entre letras simétricas: p/q, n/u, d/b, q/g
ü Confusão entre letras de formas parecidas: j/g, m/n
ü Confusão entre letras, devido à dificuldades da própria língua: j/g, l/u, ss/s/c/ç, x/ch, r/rr, s/z
ü Confusão entre letras foneticamente semelhantes: p/b, c/g, d/t, f/v; ch/j.
ü Inversão na ordem de letras dentro de uma sílaba: pal / pla
ü Inversão na ordem de sílaba dentro de uma palavra: cocholate / areoplano
ü Inversão de ordem de palavras dentro de uma frase: eu muito gosto disso.
ü Leitura e escrita em espelho: so (os), me (em)
ü Substituição de 01 palavra por outra de significado aproximado
ü Omissão ou adição de letras, sílabas ou palavras
ü Repetição de palavras: José olhou para para sua mãe
ü Incapacidade de ler ou escrever uma palavra em uma frase
ü Separação de uma palavra em duas ou aglutinação de duas palavras em uma
ü Tendência a recorrer à escrita fonética da palavra – igual – iguau
ü Dificuldade na pontuação e ritmo.


A qualidade da leitura é má, silábica, havendo dificuldade na passagem do final de uma linha para a seguinte não se respeitando a pontuação, o que dificulta em muito a compreensão e a conseqüente interpretação do que se leu.
A caligrafia é ruim, havendo dificuldade na união de uma letra com a outra, podendo ocorrer neografismo, e a pressão empregada no lápis pode ser exageradamente pouca ou muita. A disposição da escrita na página nem sempre é linear.






Distúrbios associados
Consistem sinais de retardo no desenvolvimento de uma ou de mais funções.
Distúrbios da fala e da linguagem: retardo no desenvolvimento e dificuldade na articulação das palavras, ás vezes a dislexia acompanha-se da gagueira. Podem-se ainda verificar inversões de conceitos, sendo, por exemplo, o de branco tomado pelo preto, ou de primeiro pelo de último, pobreza de vocabulário e imaturidade ou inadequação.
Distúrbios da noção de espaço do esquema corporal e do sentido de direção: confundem em cima, em abaixo, ao lado, vertical, oblíqua, ou em relação a sentido horário e anti-horário. Sua escrita se dispõe mal na folha, tem dificuldade em armar contas, não sendo capazes de fazer quebra-cabeças. Quanto ao esquema corporal, não sabem localizar as partes do corpo ou as confundem, não desenham bem a figura humana, não dão laço no sapato, tem dificuldade de andar de bicicleta e jogar bola.
Distúrbios da noção de tempo e distúrbios da percepção do ritmo: relacionados com os distúrbios do espaço, referem-se aos problemas das seqüências(cra / car), não aprendem conceitos como antes / depois/ ontem / amanhã / não sabem ler horas / não se orientam bem no calendário. Podem ser incapazes de reproduzir ritmos.
Discute-se muito a respeito da direção do olhar nos disléxicos, que normalmente se faz de direita para a esquerda, como sendo causa ou conseqüência das dificuldades na leitura.
Conflito de dominância cerebral – má lateralidade, lateralidade cruzada, predominância do olho esquerdo. Distúrbios do equilíbrio e coordenação motora fia.

Etiopatogenia

Incide em mais de uma pessoa na mesma família sendo que as estatísticas encontradas em várias pesquisas variam de 30 a 88%. Isso fala a favor de um tipo constitucional específico de dificuldade á leitura e à escrita. A concepção, portanto, de que a dislexia estaria geneticamente condicionada é hoje aceita como resposta etiológica.
Quanto ao ato, em si, de ler e de escrever, a percepção passa na criança normal por uma frase de discriminação, depois por uma análise e finalmente por uma síntese.
Na dislexia, haveria uma inadequada consecução dos níveis mais altos e complexos da falha na abstração e na generalização, relacionada especificamente com letras e palavras.
Quanto a causas de lesões neurológicas, o exame clínico não tem revelado uma ligação direta com a ocorrência da dislexia. O que parece ocorrer, no entanto, é que as lesões cerebrais são capazes de produzir um quadro de dislexia específica tal como a que aparece na de origem genética. A lesão em questão seria advinha de algum distúrbio ocorrido durante a vida intra-uterina, de anóxia durante o parto, de encefalite durante a gestação ou mesmo após o início do aprendizado da leitura e da escrita.
Diagnóstico

O diagnóstico da dislexia não é fácil e só seria possível após a verificação de impossibilidade de o indivíduo ser alfabetizado pelos métodos comuns apesar de cerca de um ano de aprendizado, no mínimo, e nos demais, a persistência das dificuldades descritas após o mesmo tempo de estudo.
Importante será conhecer a história familiar, através da anamnese e primeira entrevista. O exame neurológico deverá ser fito sempre que possível, mesmo que não se tenha expectativa de que algo de importante se encontre. Deve ser feito o exame pedagógico, envolvendo leitura e escrita composta de cópia, leitura de fonemas, sílabas, palavras e textos, ditado de palavras e texto, composição com temas livre, interpretação de textos, etc.Também o exame oftalmológico.



Classificação

DISLEXIA DISFONÉTICA – dificuldade no canal auditivo (símbolo – som).

DISLEXIA DISEIDÉTICA – dificuldade no canal visual (Gestalts visuais).

DISLEXIA MISTA – dificuldade em ambos os canais.

























DEPOIMENTO

Não pensava em escrever nada, até que me convenci que teria alguém interessado em ler algo um pouco confuso e com erros variados. Estou contente em ter me aproximado da ABD, não estou procurando a cura e sim explicações para o meu comportamento diferente em todas as ocasiões e valorizar as pessoas que me ajudaram e me ajudam de alguma forma sem elas saberem da importância, conheci amigos de verdade perdi três preciosos e hoje na primeira escala tenho dois minha esposa Claudia e meu irmão Hélio eles me conhecem e sabem de tudo sobre a minha vida , me explicam que no dia a dia as coisas nem sempre acontecem como eu quero , entendem quando não paro de falar andando pra lá e pra cá , me adoram como sou, mas falam verdades e com eles aprendi a ceder muito , na segunda escala tenho uma amigona Rose ,é a minha e secretaria me conhece e respeita até meus defeitos , já na terceira escala tem cinco bons amigos e a quarta uns vinte dois e assim vai ..... , superei muitas gozações sobre leitura , escrita , organização , dicção , gagueira , troca de pensamento no meio de um raciocínio , obesidade , timidez , falta de recurso , dificuldades financeiras , ritmo, coordenação etc. , me achava diferente e desorganizado custei a entender que era muito habilidoso , depois foi muito mais fácil , tinha uma característica fundamental (o berço ) minha avó dizia que faria diferença um dia e mais ,dizia também segurando meus braços e olhando firme nos meus olhos ( meu neto o dia que você focar toda essa energia na força produtiva ninguém te segurará , ninguém).
E com isso valorizo-a ainda mais me criou da melhor forma possível me protegendo e me afastando do convívio com os meus pais geralmente com muito conflito , viu que tinha dificuldades e passava tardes inteiras sentada ao meu lado lendo tudo que eu precisava para estudar, sem saber que seria o único jeito para o meu aprendizado, confesso que não tinha muita vontade de aprender era um briga saudável todos os dias , aulas particulares era constante .
Tive muitas dificuldades na escola , troquei umas sete vezes achava que nunca acabaria o colegial ( repeti a oitava serie) , depois virei um mestre em colas e passei , nunca consegui me organizar com agendas calendários , horários etc., ainda tenho verdadeiro pavor de leitura com vontade de ler fico até satisfeito em comprar revistas folia-las lendo uma coisa ou outra , e ver minha turma em casa à-vontade com as letras me deixa em paz , no passado minha família duvidou muito do meu futuro por outro lado meus amigos gostavam de me ter ao lodo para darem risada ou sair , tentava ser sempre o centro das atenções como um bom Ariano, mas nem sempre conseguia , tinha mais coisa envolvida do que só ser muito legal ou explosivo.
Quando completei 18 anos vi que não havia a menor possibilidade de cursar a faculdade não tinha dinheiro e nem concentração para freqüenta-la, sabia que tinha que fazer alguma coisa rápido mas ainda não sabia como e o que , deixei no primeiro ano a engenharia mecânica , mas dentro da minha cabeça acelerada algo me dizia que eu teria um lugar ao sol era tão nítido que não me incomodava , e nem percebia os contratempos da vida , no primeiro curso que fiz no SENAI de tocador de processos químicos , vi costumes de perto e necessidades novas , uma realidade que não era a minha mas estava disposto a tudo e após seis meses ouvi o meu instrutor dizer uma frase que mudou minha vida , foi após o almoço geralmente em algum lugar perto da caldeira com a marmita quase fria , após entrar na sala eu estava com o mesmo medo de sempre escrever não por favor , ainda um pouco sonolento e ouvi ele disse e em seguida explicou “ vocês precisão se dar chance para ter chance “ , foi uma das primeiras marteladas na minha cabeça , mais tarde tive a segunda martelada de forma mágica . Após o termino deste curso fui me apresentar a uma multinacional e depois de ter passado por dois testes orais fui para o ultimo , a entrevista com o chefe não me lembro seu nome , ele me disse filho a vaga seria sua mas “ vá procurar o seu caminho e você me dirá que você será daqui a dez anos , para dizer o que você chegou” , entrei no carro chorando e louco não entendi nada pensei que fosse uma despensa de forma sutil . Tentei trabalhar com o meu pai por seis meses , quase fiquei louco ele tinha uma micro empresa credo .Depois de ter tido uma idéia apareci com a minha carta de emancipação para ele assinar , e disse :“Estou começando a minha vida profissional vou abrir a minha micro empresa assine aqui . ” Fui criticado por todos até ridicularizado mas não dei bola (eu tinha uns 19 anos ), sabia que teria muitas dificuldades para conseguir algum resultado eu não tinha o básico “ escrita adequada e paz “ me dava uma insegurança brutal , os meus familiares e amigos não me apoiavam em nada e para completar a corda bamba nesta época a minha avó já tinha morrido e meus pais estavam separados de forma litigiosa , não davam a mínima a superioridade cega do meu pai me assolava com deboches e ou insatisfações em forma de falta de interesse ou preocupação , uma frase dita por ele também inesquecível após ser questionado ( é lógico que eu tenho orgulho de você não é doente , veado e nem drogado eu tenho que ter orgulho ) , em outra ocasião talvez quatro anos antes uma frase da minha mãe também memorável ( é não vamos deixar nada para filho nenhum ,filho não merece nada tem é que se virar sozinho , nunca darão o valor necessário para o nosso sacrifício ) resumindo essa parte após a separação dos meus pais fiquei sem ver a minha mãe por cinco ou seis anos . foram muitos os motivos , sempre defini épocas ou situações com frases que ouvi ou defini como marco e não as esqueço nunca e nem os autores e os lugares .
Esse rumo seria sem volta ,completamente previsível teria que me superar muito e inverter as previsões desanimadoras que ouvia ,outra frase “quanto mais trabalhava mais se afastava mais se afastava Luz no fim do túnel , sai de casa com uma sacola de papel e comecei a trabalhar sozinho e muito , muito mais que os normais chegava a assuntar , toda essa dificuldade virou uma obsessão de mostrar para todos que eu podia ser muito melhor e pagar uma secretaria para poder escrever meus orçamentos que eram aprovados em todos os clientes que chegava , passaram –se dezoito anos de muita historia e luta . Tenho cada passagem que não me esqueço , viraria um livro muito fácil. Depois de tudo fica simples avaliar e entender , mas esqueci varias vezes que” tinha um lugar legal para estar enquanto trabalhava” (Renato Russo) , sem querer fiz umas inimizades neste caminho porque nunca tinha tempo para quem não era meu amigo e isso parecia desprezo ou outras coisa , a mais de um ano venho resgatando minhas amizades perdidas e foi fácil de alguma forma eles entenderam , o meu inseparável irmão me disse que eu sou uma pessoa que incomoda sem querer por isso procuro não externar muito os meus objetivos , fica mais fácil assim , ele também diz que a minha media é diferente .
Na minha família não existia a palavra dislexia até junho de 2003 minha mãe até deu risada mas estou vendo tudo melhor .Tenho muitos outro planos, sou um industrial bem sucedido( não tenho sócio) estou casado tenho duas filha lindas ,pratico esporte a dezessete anos fui muitas vezes campeão na minha modalidade Hobie Cat 16 classe pan-americana de iatismo, isso foi fundamental , introduzido no esporte deste pequeno pelo meu avô praticante de atletismo na juventude , tive uma bagagem invejável aprendi a não ter nenhum tipo de medo da concorrência enfrentava de igual para igual os melhores, mesmo sem ter os mesmos recursos , sabia que deveria depender só do meu desempenho . Também toco uma empresa com 60 funcionários diretos e indiretos a fabrica trabalha 24 horas a mais de três anos estou desenvolvendo atualmente mais três capacetes, acompanho de perto três construções em andamento em fases diferentes, com plantas, arquitetos, engenheiros distintos, pratico esporte duas vezes por semana e pelo menos duas vezes por mês vou a Ilha Bela viajem de 670 Km por final de semana velejar ou andar de lancha ,esportes que não troco por nada deste mundo. Tenho mais um objetivo paralelo a esses estou em um projeto ambicioso a mais de dezesseis meses de estudo e pesquisa serei o terceiro fabricante no mundo a fazer um produto náutico com grau de complexidade e desafio do jeito que eu gosto essa fabrica estará pronta em janeiro 2004 quando todos os testes estiverem concluídos , será grande rápida .Junto com essas atividades presto serviços voluntário na AACD na bioengenharia em desenvolvimento da ortopedia a mais de três anos mas nunca me senti em casa como na ABD , Acho que de alguma forma poderia de alguma forma ajudar as pessoas ai da ABD com depoimentos ou ajuda variada na parte que eu atuo ,criando produtos para a parte comercial.Tenho algumas dificuldades ainda, mas a minha praticidade na criação supera muitos obstáculos que nem consigo medir , sempre foi um tipo de mágica, coisa que o meu avó espírita cardecista e profundo conhecedor gostava de dizer “meu neto são influencias dos amigos do espaço cientistas que reunidos e mandam informação e conhecimento para você executar “ . Mágica no calculo na idéia no projeto no desconhecido uma adaptação imediata para resolver ou ter idéias na mesma hora ou dormindo, talvez tenha uma explicação ate agora sei que podem ser coincidência aliada a minha experiência ,conversando com pessoas neste pequeno período pude perceber que é muito legal ser um Dislexo . Obs; esta é a minha décima e ultima revisão feita em uma semana , com a ajuda do meu precioso amigo computador.











SINTOMAS NA ESCOLA

Pré-escola:
Fique alerta se a criança apresentar alguns desses sintomas:
. Imaturidade no trato com outras crianças. . Fraco desenvolvimento da atenção. . Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem. . Atraso no desenvolvimento visual. . Dificuldade em aprender rimas e canções. . Fraco desenvolvimento da coordenação motora. . Dificuldade com quebra-cabeças. . Falta de interesse por livros impressos.
O fato de apresentar alguns desses sintomas não indica necessariamente que ela seja disléxica; há outros fatores a serem observados. Porém, com certeza estaremos diante de um quadro que pede uma maior atenção e/ou estimulação.
Idade escolar
Nesta fase, se a criança continua apresentando alguns ou vários dos sintomas a seguir, é necessário um diagnóstico e acompanhamento adequado, para que possa prosseguir seus estudos junto com os demais colegas e não tenha prejuízos emocionais:
. Dificuldade na aquisição e automação da leitura e escrita. . Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras). . Desatenção e dispersão. . Dificuldade em copiar de livros ou da lousa.. Dificuldade na coordenação motora fina (desenhos, pintura, etc.) e/ou grossa (ginástica, dança, etc.). . Desorganização geral, podemos citar os constantes atrasos na entrega de trabalhos escolares. . Dificuldades visuais, como por exemplo, podemos, perceber com certo impacto, a desordem dos trabalhos no papel e a própria postura da cabeça ao escrever.. Confusão entre direita e esquerda. . Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas, etc... Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou sentenças longas e vagas. . Dificuldade na memória de curto prazo, como instruções, recados, etc.. . Dificuldade em decorar seqüências, como meses do ano, alfabeto, etc... Dificuldade na matemática e desenho geométrico. . Problemas de conduta como: retração, timidez excessiva, depressão, e menos comum, mas também possível, tornar-se o "palhaço" da turma. . Grande desempenho em provas orais.
Se nessa fase a criança não for acompanhada adequadamente, os sintomas persistirão e irão permear a fase adulta, com possíveis prejuízos emocionais, além de sociais e laborais.
Adulto
Se não teve um acompanhamento adequado na fase escolar, ou se possível pré-escolar, o adulto disléxico ainda apresentará dificuldades:
. Continuada dificuldade na leitura e escrita. . Dificuldade para soletrar. . Memória imediata prejudicada. . Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomia). . Dificuldade com direita e esquerda. . Dificuldade em aprender uma Segunda língua. . Dificuldade em organização geral. . Comprometimento emocional.
No caso da dislexia, o encaminhamento orienta o acompanhamento consoante as particularidades de cada caso, o que permite que este seja mais eficaz e mais proveitoso, pois o profissional que assumir o caso não precisará daquele tempo, (muitas vezes indeterminado) para identificação do problema, bem como terá ainda acesso a pareceres importantes para o caso. Conhecendo as causas das dificuldades e os potenciais do indivíduo, o profissional pode utilizar a linha que achar mais conveniente. Os resultados irão aparecer de forma consistente e progressiva.
Ao contrário de que muitos pensam, o disléxico sempre contorna suas dificuldades. Ele responde muito bem a tudo que passa para o concreto. Tudo que envolve os sentidos é mais facilmente absorvido. O disléxico também tem sua própria lógica, sendo muito importante o bom entrosamento entre profissional e paciente.
DISLÉXICOS FAMOSOS
Lord Addington Hans Christian Anderson Leslie Ash (Atriz inglesa) Sir Francis Bacon David Bailey (Fotógrafo inglês) Michael Barrymore (comediante) Harry Belafonte Nicholas Brady (US Secy Treasury) Joyce Bulifant (Atriz) Nicholas Bush (Filho do presidente americano/Executivo de petróleo) Darcy Bussel (Bailarina inglesa) Lewis Carroll (Autor) Julius Caesar Stephen J. Cannell Roy Castle (Ator inglês) Richard Chamberlain Cher Agatha Christie Sir Winston Churchill King Constantine of Greece Tom Cruise Dr. Harvey Cushing (Pai da cirurgia neurológica moderna) Leonardo DaVinci Charles Darwin Walt Disney Thomas A. Edison Albert Einstein Whoopi Goldberg Duncan Goodhew (Campeão de natação) Susan Hampshire (Atriz inglesa) Sir Phil Harris (do Harris Queensway) Michael Hesetine (MP Inglês) Margaux Hemmingway Nicola Hicks (Escultora Inglesa) Bruce Jenner Ben Johnson Greg Louganis Amy Lowell Lawrence Lowell Dexter Manley (Jogador de futebol americano profissional)Michaelangelo Sarah Miles (Atriz inglesa) David Murdock (Financiador) Rob Nelson (Jogador de baseball profissional) Napoleon Nicholas Parsons (Ator inglês) General George S. Patton Pablo Picasso Alexander Pope Raphael Oliver Reed (Ator Inglês) Beryl Reid (Atriz inglesa) Sir Joshua Reynolds John Rigby (Dono de parque temático) Nelson Rockefeller Auguste Rodin Richard Rogers (Arquiteto inglês) Franklin D. Roosevelt Anwar Sadat Peter Scott (pintor) Tom Smothers Jackie Stewart (Piloto de corridas) Mark Stewart (Ator/Filho de Jackie Stewart) Paul Stewart (Piloto de corridas/Filho de Jackie Stewart) Don Stroud (Ator/Campeão mundial de Surf) Mark Twain Vincent VanGogh Lindsay Wagner George Washington Margaret Whitton Willard Wiggins (Escultor) Robin Williams The Earl of Yarmouth Woodrow Wilson Henry Winkler William Butler Yates Loretta Young The King of Norway Stanley Antonoff, D.D.S.
Dislexia Disfonética - dificuldade auditiva, dificuldade de análise e síntese, dificuldade de discriminação, dificuldades temporais (em perceber sucessão e duração). Sintomas mais comuns:
trocas de fonemas e grafemas diferentes dificuldades com logatomas alterações grosseiras na ordem das letras e sílabas omissões e acréscimos maior dificuldade com a escrita do que com a leitura substituições de palavras por sinônimos, ou trocas de palavras por outras visualmente semelhantes (reconhece-as globalmente)
Dislexia Diseidética - dificuldades visuais, na percepção guestáltica, na análise e síntese e dificuldades espaciais (percepção das direções, localizações, relações e distâncias). Sintomas mais comuns:
leitura silabada, sem conseguir a síntese aglutinação - fragmentação troca por equivalentes fonéticos maior dificuldade para a leitura do que para a escritaDislexia Visual - deficiência na percepção visual. Sintomas: dificuldade na percepção viso-motora dificuldade na habilidade visual (não visualiza cognitivamente o fonema)Dislexia Auditiva - deficiência na percepção auditiva. Sintomas: deficiente memória auditiva deficiente discriminação auditiva (não audibiliza cognitivamente o fonema)Segundo as escolas mais modernas e os teóricos mais atualizados em linguística, o fenômeno da linguagem escrita não é a transição da linguagem oral. Ela tem suas próprias seqüências e deve ser adquirida como uma nova linguagem; antes de tudo, com aspectos semânticos enfatizados e não como simples decodificação e codificação, que requerem síntese e análise visual e auditiva, assim como discriminação temporal - espacial.

Educação Infantil
Normalmente os pais e a própria escola são os primeiros a perceberem quando a criança apresenta uma inabilidade específica. Algumas dessas características podem estar presentes num quadro de dislexia. É importante ressaltar que não é necessário apresentar a totalidade desses.Os pais devem estar atentos para os seguintes sinais para se definir o quadro.Falar tardiamenteDificuldade para pronunciar alguns fonemasDemorar a incorporar palavras novas ao seu vocabulárioDificuldade para rimasDificuldade para aprender cores, formas, números e escrita do nomeDificuldade para seguir ordens e seguir rotinasDificuldade na habilidade motora finaDificuldade de contar ou recontar uma história na seqüência certaDificuldade para lembrar nomes e símbolos
Na Classe de Alfabetização e 1ª série do Ensino FundamentalDificuldade em aprender o alfabetoDificuldade no planejamento motor de letras e númerosDificuldade para separar e sequenciar sons (ex: p – a – t – o )Dificuldade com rimas (habilidades auditivas)Dificuldade em discriminar fonemas homorgânicos (p-b, t-d, f-v, k-g, x-j, s-z)Dificuldade em seqüência e memória de palavrasDificuldade para aprender a ler, escrever e soletrarDificuldade em orientação temporal (ontem – hoje – amanhã, dias da semana, meses do ano)Dificuldade em orientação espacial (direita – esquerda, embaixo, em cima...)Dificuldade na execução da letra cursivaDificuldade na preensão do lápisDificuldade de copiar do quadro
Da 2ª à 8ª série do Ensino FundamentalNível de leitura abaixo do esperado para sua sérieDificuldade na sequenciação de letras em palavrasDificuldade em soletração de palavrasNão gostar de ler em voz alta diante da turmaDificuldade com enunciados de problemas matemáticosDificuldade na expressão através da escritaDificuldade na elaboração de textos escritosDificuldade na organização da escritaPodem ter dificuldade na compreensão de textosPodem ter dificuldade em aprender outros idiomasDificuldade na compreensão de piadas, provérbios e gíriasPresença de omissões, trocas e aglutinações de grafemasDificuldade de planejar e organizar (tempo) tarefasDificuldade em conseguir terminar as tarefas dentro do tempoDificuldade na compreensão da linguagem não verbalDificuldade em memorizar a tabuadaDificuldade com figuras geométricasDificuldade com mapas
Ensino MédioLeitura vagarosa e com muitos errosPermanência da dificuldade em soletrar palavras mais complexasDificuldade em planejar e fazer redaçõesDificuldade para reproduzir históriasDificuldade nas habilidades de memóriaDificuldade de entender conceitos abstratosDificuldade de prestar atenção em detalhes ou, ao contrário, atenção demasiada a pequenos detalhesVocabulário empobrecidoCriação de subterfúgios para esconder sua dificuldade
Sugestões para os professores
Acompanhe sempre que possível a agenda.
Certifique-se, sempre, de que o aluno entendeu as instruções ou solicitações feitas por escrito.
Dê “dicas” e oriente o aluno sobre como organiza-se e realizar as atividades na carteira, na sala...
Dê “dicas” específicas de como o aluno pode estudar sua disciplina.
De instruções e orientações curtas e simples que evitem confusões.
Incentive o aluno a restaurar confiança em si próprio.
Incentive sempre que possível o uso de computador.
Incentive-o nas coisas que ele gosta e que faz bem feito.
Não estimule e tão pouco permita que os colegas o humilhem ou rejeitem o aluno por causas de suas dificuldades.
Não exerça pressão sobre ele a ponto de amedrontá-lo com a perspectiva de não passar de ano.
Não insista em “exercícios de fixação”, repetitivos, numerosos; isso não diminui a sua dificuldade.
Não insista para que o aluno leia em voz alta, perante a classe.
Permita ( e incentive) o uso do gravador.
Ressalte os acertos, ainda que pequenos, e não enfatize os erros.
Sempre que possível, atribua-lhe tarefas, que possam faze-lo se sentir útil.
Sempre que possível, proponha estratégias lúdicas que favoreçam a aprendizagem
Valorize sua grafia
















DISCALCULIA

Discalculia é um dos tantos nomes que se dá às dificuldades em lidar com números, dificuldades em Matemática.
É a incapacidade de compreender o mecanismo do cálculo e a solução dos problemas. É um quadro bem mais raro e quase só acontece acompanhado de síndromes. O que ocorre com maior freqüência é uma estruturação inadequada do raciocínio matemático, em função de uma didática inadequada e excesso de conteúdos. A criança de primeira série não tem condições de operar sem o concreto e precisa estruturar demoradamente a construção do número e o raciocínio de situações problema. Se isto não lhe é permitido e lhe são exigidos logo números grandes e situações problema abstratas, ela não é capaz de compreensão e usa a estratégia da mecanização, que lhe impede a aprendizagem verdadeira.
Não existe uma causa única e simples com que possam ser justificadas as bases das dificuldades com a Linguagem Matemática, que podem ocorrer por falta de habilidade para determinação de razão matemática ou pela dificuldade em elaboração de cálculo matemático. Essas dificuldades estão atreladas a fatores diversos, podendo estar vinculadas a problemas com o domínio da leitura e/ou da escrita, na compreensão global do que proponha um texto, bem como no próprio processamento da linguagem. Há dificuldades diretamente relacionadas à confusão visual-espacial, como outras que têm relação com a discriminação da seqüência e da ordem precisas de fatos matemáticos e com a lembrança correta de adequação de procedimentos matemáticos. Embora ocorrendo mais raramente, também podem existir dificuldades em avaliações comparativas: maior-menor, mais-menos. Também existe a possibilidade do emocional altamente exacerbado dificultar ou, mesmo, bloquear o pensamento matemático, não possibilitando concentração precisa no foco da lógica matemática, determinante para elaboração de razão matemática.
Pessoas disléxicas, com freqüência, são bem dotadas em matemática. Elas têm habilidades de visualização em três dimensões, que as ajudam a assimilar conceitos mais clara e rapidamente que pessoas não disléxicas. Por isto, também é relativamente comum que esses disléxicos possam resolver complexos problemas matemáticos mentalmente, mesmo que não sejam capazes de decompor esse calculo em suas etapas respectivas. E, embora com essa habilidade ímpar, e por causa deste mesmo processo de aprendizado diferencial em discalculia, essas pessoas, surpreendentemente, podem experimentar grandes dificuldades em cálculos aritméticos básicos. E quando esses disléxicos apresentam dificuldades muito pronunciadas em direcionalidade, rota de memorização e seqüência, isto pode trazer-lhes dificuldades tão pronunciadas, impedindo que seus dons matemáticos possam ser evidenciados.
Há outros disléxicos que, ao contrário, não encontram grandes dificuldades e, até, podem ser hábeis em cálculos aritméticos, porém fracassam sempre que uma "incógnita" lhes traga uma abstração que eles não conseguem decodificar. Assim, encontram sérias dificuldades em matemática mais avançada.
Adultos podem apresentar discalculia em conseqüência de um acidente vascular cerebral ou de um traumatismo crânio-encefálico e, nesse caso, é a perda, em graus variáveis, da capacidade de fazer cálculos matemáticos ou de lidar com números em geral. Crianças saudáveis que estão se desenvolvendo normalmente não apresentam tal problema, mesmo que estejam apresentando algum nível de dificuldade na escola.
As dificuldades escolares são, usualmente, atribuídas às crianças, mas não é assim que devem ser tratadas. Há muitos fatores envolvidos na aprendizagem escolar e todos eles devem ser considerados na avaliação de qualquer problema escolar. Não podemos fazer um diagnóstico baseado apenas na produção escolar da criança porque corremos o risco de gerar um problema que, a priori, não existe.

DISCALCULIA PRIMÁRIA
Presente em sujeitos com lesão cerebral, cuja percentagem de casos é mínima.
DISCALCULIA SECUNDÁRIA
Associada a dislexia, se manifesta como má manifestação dos símbolos numéricos, má realização das operações seja por não compreende-las, por não conhecer o mecanismo ou simplesmente por confundi-las; podemos entender então a dificuldade de aprendizagem de Matemática.





Testagem de Dislexia

Nome : __________________________________________________Série Escolar: ___________
Data do teste: ___________________

Folha de Registro

Ditado de Palavras

ü Letra_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
ü Substituições_______________________________________________________________________________________________________________________________________________
ü Inversões_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
ü Omissões_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Ditado de Trechos
ü Letra_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
ü Substituições_______________________________________________________________________________________________________________________________________________
ü Inversões_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
ü Omissões_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
ü Aglutinações_______________________________________________________________________________________________________________________________________________
ü Uso de Letra Maiúscula ___________________________________________





Percepção Visual


Ficha I
FALA
MOSTRA
PA


MI


GA





QUI


BAPO


NOGA


MADE


DUQUE


NIPO


PAQUIDO


GAMOBE


QUEGANDA




Percepção Auditiva

Ficha II
FALA
MOSTRA



BI


CHA


VOU


SE


CHAVE


ZIPE


SECHU


DOJA


VAIDEM


TUDA


DOBA


TONSEFE


ZIFIJA


TANFAZEN


CHANSIZU


PEBOVA


JOPETO


BEPIJA



Leitura de Sílaba

GA

ZA

RAC

FA

AC

APEL

TA

MA

GLO

CA

BAFO

LHA

NA

VIJA

NHA

DA

DOPA

CHE

PA

TOGA

CI

BA

PLA

QUE

AR

CLA

GI



GRA

GUÉ

AS

CAR

MORRO

AF

ASTE

UN


Resumo das Fichas I, II, III

Troca de letras visualmente parecidas ...................................................................

Troca de letras de sons parecidos...........................................................................................................

Outras trocas de letras...........................................................................................................................

Incapacidade de pronunciar sons – dislalia............................................................................................

Inversões e omissões de sílabas..............................................................................................................

Inversões e omissões de letras................................................................................................................


Produção de Texto

ü Organização de idéias, lógica ( princípio, meio, fim)......................................................................
................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
ü Pontuação (parágrafo, letra maiúscula, minúscula, pontos, vírgula)
................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

ü Disgrafia (controle motor, organização no espaço)................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

ü Disortografia e dislexia (acentuação, trocas, inversões, omissões, aglutinação, etc)......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................


Leitura de Texto

ü Rapidez................................................................................................................

ü Expressividade(entonação)...................................................................................

ü Pontuação(ritmo)...................................................................................................


ü Trocas, inversões, omissões, aglutinações, etc........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

ü Transformações de palavras por outras de significado semelhante ou de sons semelhantes........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

ü Interpretação do texto.......................................................................................................................








Cópia

Copia corretamente ou omite:


Síntese Final :





Disgrafia




Disortografia




Dislexia




Problema na Fala








A BONECA

Lucinha ganhou uma boneca.
A boneca se chama Ceci.
Ceci sabe falar: Papai! Mamãe !
- Minha bonequinha, você é tão bonitinha! Seus olhos são tão pretinhos! Sua boquinha é tão vermelha! Seus cabelos são tão cacheados !
Escuta minha bonequinha, estão tocando a campainha: trim ... trim ... trim ... Ah! São os nossos amiguinhos que chegaram.


v Conte a história para mim
v O que Lucinha ganhou?
v O que Ceci sabe falar?
v Como é a boneca Ceci?










A ONÇA E A RAPOSA


Certa vez, uma onça caiu num buraco e quebrou uma perna.
Não podia caçar e começou a passar fome.
Teve, então, uma idéia.
- Comadre Arara, vá à floresta e avise aos animais que estou doente e que espero a visita de todos.
A Arara foi e deu o recado.
Os animais, então, começaram a sair para visitar a onça.
Foi o veado, foi a capivara, foi a cutia, foi o jabuti, foi o lobo e foi a anta.
A raposa foi por último.
Ela chegou perto da toca da onça e viu o rastro dos animais que haviam ido visitá-la.
Mas reparou que os rastros eram só de entrada.
De saída, não viu rastro de nenhum deles.
E a raposa disse:
- Ah! Entrar é fácil. Mas sair, ninguém sai. Quem for bobo, venha visitar a onça.
E a raposa foi à floresta e avisou à bicharada do perigo.
Onça, quando fica amável...



v O que você entendeu do texto?
v Qual foi a idéia da Onça para não morrer de fome?
v Como a Raposa descobriu o que estava acontecendo?
v O que fez então a Raposa?






O PASSEIO DE PLUTO

Pluto saiu de casa, numa fria manhã, respirando bem fundo. “Eu sou forte – pensava: – Não vou ficar encolhido diante da lareira como Mickey !”
Para provar a si mesmo que era uma fortaleza, Pluto decidiu nadar no lago do parque. Correu até a margem e saltou. Mas ele esquecera de um detalhe: a superfície do lago estava congelada e Pluto caiu de focinho no gelo.
Ele tentou correr de volta para a margem, mas suas patas escorregaram e ele mal conseguiu se manter em pé. Foi então que Pluto viu uma coisa terrível através do gelo! A cara de um cachorro que olhava para ele. Havia um cão debaixo do gelo.
Pluto começou a latir, como que dizendo: “Não se preocupe, eu o tiro daí.” E o cão sob o gelo também latiu.
Naquele instante, Mickey chegava com seus patins de gelo e Pluto o arrastou até o lugar onde encontrara o outro cachorro. Mickey não viu mais nada e ficou um pouco confuso, até que percebeu.


v Conte-me com suas palavras o texto.
v O que Pluto resolveu fazer numa fria manhã ?
v O que Pluto viu através do gelo ?
v O que foi que Mickey percebeu ?








SÍTIO DO PICAPAU AMARELO

Numa casinha branca, lá no Sítio do Picapau Amarelo, mora uma velhinha de mais de sessenta anos. Chama-se Dona Benta. Quem passa pela estrada e a vê na varanda, de cestinha de costura ao colo e óculos de ouro na ponta do nariz, segue seu cominho pensando:
- Que tristeza viver assim tão sozinha neste deserto...
Mas engana-se. Dona Benta é a mais feliz das vovós, porque vive em companhia da mais encantadora das netas – Lúcia, menina do narizinho arrebitado, ou Narizinho, como todos dizem. Narizinho tem sete anos, é morena como jambo, gosta muito de pipoca e já sabe fazer uns bolinhos de polvilho bem gostosos.
Na casa ainda existem duas pessoas – tia Nastácia, negra de estimação que carregou Lúcia de pequena, e Emília, uma boneca de pano bastante desajeitada de corpo. Emília foi feita por tia Nastácia com olhos de retrós preto e sobrancelhas tão lá em cima que é como ver uma bruxa. Apesar disso Narizinho gosta muito dela; não almoça nem janta sem a ter ao lado, nem se deita sem primeiro acomodá-la numa redinha, entre dois pés de cadeira.


v O que você entendeu do texto?
v Por que quem passa pelo sítio, acha que Dona Benta é triste?
v Por que essas pessoas se enganam ?
v Quem fez Emília? Como é ela ?






A ESTRANHA PASSAGEIRA

- O senhor sabe? É a primeira vez que eu viajo de avião. Estou com zero hora de vôo – e riu nervosinha, coitada.
Depois pediu que me sentasse ao seu lado, pois me achava muito calmo e isto iria fazer-lhe bem. Lá se ia a oportunidade de ler o romance policial que eu comprara no aeroporto, para me distrair na viagem. Suspirei e fui gentil respondendo que estava às suas ordens.
Madame entrou no avião sobraçando um monte de embrulhos, que segurava desajeitadamente. Gorda como era, custou a se encaixar na poltrona e arrumar todos aqueles pacotes. Depois não sabia como amarrar o cinto e eu tive que realizar essa operação em sua farta cintura.
Afinal estava ali pronta para viajar. Os outro passageiros estavam já se divertindo às minhas custas, a zombar do meu embaraço ante as perguntas que aquela senhora me fazia aos berros, como se estivesse em sua casa, entre pessoas íntimas.
Foi quando madame deu o último vexame. Olhou pela janela (ela pedira para ficar do lado da janela para ver a paisagem) e gritou:
- Puxa vida !!!
Todos olharam para ela, inclusive eu. Madame apontou para a janela e disse:
- Olha lá embaixo.
- Eu olhei. E ela acrescentou: Como nós estamos voando alto, moço. Olha só ... o pessoal lá embaixo até parece formiga.
Suspirei e lasquei:
- Minha senhora, aquilo são formigas mesmo. O avião ainda não levantou vôo.


v Conte-me com suas palavras a estória.
v Como era a passageira ?
v Por que ela queria uma companhia calma para viajar ao seu lado?
v Como os outros passageiros estavam reagindo ?
v Qual foi o último vexame da passageira ?






O BOBO

Houve um tempo em que os reis e nobres tinham para seu gáudio um bobo ou truão. O papel que exercia era o de contar pilhérias ou outras historietas cômicas, de divertir os seus amos. Muitos desses bobos, porém, eram dotados de espírito aguçado e não raras vezes davam respostas que deixavam aturdidos seus interlocutores.
Conta-se, por exemplo, a história de um soberano da Saxônia que, querendo se divertir com o seu bobo, convidou-o um dia a tomar parte num banquete real. Chamou os seus copeiros e lhes ordenou que não pusessem nenhuma colher no local destinado ao bobo.
Ao ser servida a sopa, o rei, em voz alta, disse: - Fiquem todos sabendo que é um grande asno aquele que não tomar a sopa. O bobo verificou que não lhe haviam colocado a colher. Não se perturbou. Tomando o canto de um pão cavou todo o miolo, espetando-o em seguida a um garfo. Com a colher assim improvisada tomou calmamente a sopa diante da estupefação geral.
Depois, levantando-se em voz alta, dirigiu-se aos comensais e disse: - Fiquem agora sabendo que é um grande imbecil e asno todo aquele que não comer a sua colher como eu estou fazendo; e , dizendo isso, foi comendo o pão que lhe servia de colher.

v Conte o que você entendeu da história.
v Qual o papel exercido pelo bobo ?
v Qual a saída que o bobo encontrou diante da falta de colher no banquete real?
v Qual a mensagem principal da história?





Manual do Aplicador

I . Ditado

Palavras : falarem – chofer – saia – fogão – aeroplano – pessoal – jabuti – fechar – galho – dentadura – assovio – carroça – prateleira – problema – fanhoso – meditar – salsicha – sujeira – arrebentar – soluço – linguaruda – fervendo – gargarejo – cantarão – defeito – barragem – jibóia – bolsa – crocodilo – cobrador- ganho – cobertor – chover – praia – toalha – detetive – fivela

Trechos :
(P – Q) – Paquita viu o pequeno paquiderme.
(C – GU) – O cágado carrega um gato nas costas.
(G – Q) – O gosto do caqui é aguado, mas eu quero aquele caqui da gamela.
(R –RR) – O refresco do operário vinha em frasco arrolhado com rolha de borracha.
(S – Z) – A cozinheira da casa pediu cebola para o assado.
(U – N) – O assunto da conversa era o triunfo do jagunço.
(T – D) – Odete deitou no leito porque está doente.
(P – B) – O pobre Barnabé caiu no Capibaribe.
O público replicou com sabedoria.
(X – J) – O joalheiro perdeu a chave do seu chalé.
Está dentro da caixa de jóias, disse Joca baixinho.
(F – V) – Fafá viu o vapor soltar fumaça.
(B – D) – Daniel deu a bebida para o bode.
(M – N) – A menina mimada namorava o moreno.
(S-SS-Ç ) – A princesa saiu do palácio bem cedo para passear com o moço.
OBS: Não se esquecer de ditar a pontuação. Verificar: letra, uso da letra maiúscula, substituição, inversões, omissões e aglutinações.

II. Percepção Auditiva e Visual:

Instruções : Dar para a criança a ficha com os fonemas escritos. (primeiro a ficha I)
Dizer: eu vou ditar alguns sons, você vai repetir o que eu falei e depois vai me mostrar neste cartão o som que você falou. Depois mostrar a ficha II – mesmas instruções – anotar na folha de registro o desempenho.

III. Leitura de Sílabas:
Entregar à criança a ficha III / leia o mais rápido que você puder

IV. Composição:
Tema livre / Folha branca sem pauta

V. Leitura de Texto / correspondente à série da criança