terça-feira, 17 de junho de 2008

RELAÇÕES HUMANAS NO AMBIENTE DE TRABALHO

Você, às vezes, fica pensativo, querendo entender por que as pessoas têm certas atitudes? Você faz coisas que nem mesmo entende por quê?
Então vamos começar a compreender porque certos fatos ocorrem no relacionamento humano...

Imagine que você está sentado na poltrona da sala, distraída, quase pegando no sono e de repente...
ALGUÉM DÁ UM GRITO!
Você pula... fica furioso!

Que susto danado, não? Acabaram com o seu silêncio! A sala estava tão quieta, tão gostosa! E, de repente, num segundo, tudo mudou!
Provavelmente, você se levantou da poltrona muito nervoso. O seu ambiente deixou de ser clamo e, de repente, ficou agitado e desagradável.

Houve uma modificação no ambiente?

Poderíamos dizer que o grito que o assustou modificou o ambiente em que você estava. Você acha que o som de uma buzina também modifica o meio?
Concluímos, então que podem ocorrer Modificações no Meio.

Imagine um lindo dia de sol! Como é domingo e todo mundo está de folga, as ruas ficam cheias de gente passeando. Uma delícia, não é mesmo? Mas, por azar... Num piscar de olhos... O céu vai ficando escuro... escuro e....cai uma chuva danada!
Claro que você já percebeu que as mudanças de clima ocasionam modificações no meio. E que acontece quando há este tipo de modificação as pessoas provavelmente modificam seu comportamento.


Houve uma Mudança de Atitude porque houve uma modificação do meio.
Você está lembrado do grito que o assustou? Ele também fez com que você mudasse de atitude?
Modificações do meio, como vozes, gritos, barulhos, luzes, alterações do clima, etc., podem mudar o comportamento das pessoas.
Mas, espere! Não é só isso. Você também pode modificar o meio. Sabia? Quando no escuro você acende uma luz, há modificação no meio? Da mesma forma, ao gritar, você modifica o meio. Tudo o que as pessoas dizem, demonstram ou fazem modifica o meio.

Agora responda: quando alguém conta uma piada, sua reação é ________________. Por outro lado, se você estiver distraído e alguém der um grito, sua reação é ___________________. Você reage às mudanças do meio comportando-se, em cada situação, de maneira diferente. Em outras palavras, você RESPONDE de maneira diferente.

O homem responde às modificações do meio.

Quando alguém nos sorri de forma agradável, em geral nós sorrimos em retribuição.

O fato de alguém sorrir para nós é uma modificação do meio e o nosso sorriso de retribuição é uma resposta. Você ouve uma história triste e fica comovido; escuta uma piada e ri, encontra um amigo que não vê há tempos e o abraça. Suas respostas foram....

Suponha que, por qualquer motivo, você esteja mal-humorado. De repente, encontra seu amigo Manuel, aquele que vive rindo e contando piadas. Você, que estava sério, mal-humorado, esquece tudo e põe-se a rir. Até melhora de humor. Sua mudança de humor foi uma reação ou resposta a uma modificação do meio.

Sabe como se chamam estas modificações do meio que provocam respostas? ESTÍMULOS.
Lembra-se do grito que o assustou? Pois é. Você ficou furioso e sentiu aquele mal-estar. Você diria que o grito foi algo agradável? ( )Sim ( )Não
A sensação causada pelo estímulo “grito” foi de mal-estar, sendo um estímulo desagradável. Já a alegria do Manuel provoca em você bom humor, que é um estímulo agradável.
Os estímulos agradáveis provocam reações de prazer e bem-estar, como um elogio, por exemplo, dizemos que este é um ESTÍMULO POSITIVO.
Já os estímulos desagradáveis são ESTÍMULOS NEGATIVOS.

Agora, suponha que a Marisa, sua amiga e colega de trabalho, lhe peça para fazer um trabalho. Nesta situação sempre queremos fazer o melhor, não é mesmo? Você deu o melhor que pôde e o resultado foi muito bom, você ficou satisfeito consigo mesmo. Mas imagine se sua amiga tem essa reação: “Nossa! O que houve com você? O trabalho não está nada bom, mal feito, incompleto, sem capricho, um horror!”.
Afinal, uma crítica saudável e construtiva até que ajuda. Mas essa da Marisa é muita injustiça.
Nesta hora sua reação é ....

Frente a um estímulo – o pedido de Marisa – você respondeu com o maior prazer. Em vez de reconhecer sua boa vontade e seu esforço, acabou magoando você, que ocasionou uma conseqüência desagradável. É bem provável que você não atenta mais aos pedidos da sua amiga.
Se você percebe que as conseqüências de uma resposta são desagradáveis, você não vai querer repetir a experiência, vai? Logo, uma conseqüência desagradável é também um estímulo negativo. As respostas que provocam conseqüências negativas não tendem a ocorrer novamente.

No caso inverso, se o comportamento de Marisa fosse esse: “Só você pra me quebrar o galho, mesmo! Seu trabalho está ótimo... resolveu uma série de problemas. Muito Obrigada!”.

Nesta altura, você vai embora pensando: ”É um prazer trabalhar com a Marisa...!”. Neste segundo exemplo, as conseqüências foram agradáveis e, portanto foi um estímulo positivo.

Você deve lembrar-se de milhares de situações onde cada pessoa tem um ponto de vista completamente diferente de outras. Será possível entender esta diferença de atitudes?

Vamos imaginar que frente a um estímulo, por exemplo o FRIO, cada pessoa se comporta de uma determinada forma; algumas pessoas adoram e ficam mais bem-humoradas, enquanto que outras detestam e ficam mal-humoradas.
As atitudes das pessoas frente ao mesmo estímulo são diferentes, devido à interferência de uma série de fatores. Comparando a reação de um esquimó com a de um africano, em relação ao frio, chegamos a conclusão que o esquimó é muito menos sensível ao frio que um africano. Por outro lado o africano é muito mais sensível ao frio que o esquimó.
Muitos outros fatores interferem no tipo de resposta que damos. Numa reunião, alguém conta uma piada. Uns se “esbaldam” de rir, outros apenas sorriem, alguns nem acham graça. Afinal os motivos das pessoas podem ser os mais variados.
Nossos problemas pessoais, o que estamos sentindo e pensando, o meio em que vivemos são fatores que interferem na reação que temos frente a um estímulo.

Se existem diferenças individuais, as pessoas terão respostas diferentes frente ao mesmo estímulo. Sendo assim, “cada pessoa tem o seu jeito de ser”. A este modo próprio de ser chamamos PERSONALIDADE.

E o que faz com que as pessoas tenham um determinado tipo de personalidade? O primeiro fator a interferir no tipo de personalidade das pessoas é sua característica física, sua natureza biológica (a estrutura dos ossos, os funcionamentos das glândulas, a conformação geral do corpo, que são características herdadas).


Desde a infância, as alegrias, decepções, os sucessos e fracassos marcam o indivíduo, contribuindo para determinar seu jeito de ser, pensar e agir. A experiência vivida também determina a personalidade.
O meio social em que a pessoa vive, a família, a relação entre pais e filhos, os amigos, o meio escolar, enfim, os fatores sociais também contribuem determinar características da sua personalidade.

A personalidade determina o tipo de comportamento que cada indivíduo terá?

Mas além da personalidade e das modificações do meio, existe ainda um terceiro elemento que atua no comportamento das pessoas.


Quando você está cansado, dormiu mal, sabe que existe em você alguma coisa em deficiência ou falta. Esta deficiência é relativa ao descanso, e então você vai procurar _______________. Sempre que você sente falta de algo, tem o sentimento de que precisa fazer alguma coisa para suprir esta falta, certo?

Se você está com fome, tem a sensação de que precisa comer alguma coisa. Assim, frente a uma necessidade, o homem dirige seu comportamento para atingir o objetivo que satisfaça essa necessidade. A necessidade é a sensação da falta de algo e o sentimento de ter que satisfazer essa falta.

Para compreender uma pessoa e o porquê de seu comportamento frente a um estímulo, temos que conhecer o meio, as modificações do meio, sua personalidade e suas necessidades.

As NECESSIDADES FISIOLÓGICAS são: sede, sono, sexo e fome. E estão ligadas à sobrevivência. São necessidades básicas indispensáveis à nossa vida.

Mas..... Você, que em geral está disposto e cheio de vida, às vezes... sente-se solitário, triste e deprimido. Fica com vontade de .... sei lá ... conversar com um amigo, encontrar uma pessoa querida ...

ALGUMA COISA ESTÁ ACONTENCENDO COM VOCÊ !

Você pega o telefone e liga para o seu melhor amigo. Claro! Isto, certamente, vai ajudar! Nesse dia, provavelmente, vocês saem para tomar uma cerveja ou um sorvete na saída do trabalho. Depois de um bom “papo” e de muita risada, acabam indo ao cinema ver um filme genial. Resultado ?

Na saída do cinema estão os dois supertranqüilos, alegres e bem-humorados. O que será que aconteceu?
Todos nós temos necessidades de companheirismo, de amizade, de calor humano. A esta necessidade de ser acolhido com amizade, de dar e receber afeição, chamamos de Necessidade de Afeto. Como esta, existe uma série de necessidades semelhantes que estão ligadas ao bem-estar interior à tranqüilidade emocional das pessoas. As necessidades ligadas a tranqüilidade emocional das pessoas, ao seu bem-estar interior, chama-se Necessidades Psicológicas do homem, que são:
Ø Necessidade de afeto;
Ø Necessidade de realização pessoal;
Ø Necessidade de independência;
Ø Necessidade de aceitação social;
Ø Necessidade de auto-estima;
Ø Necessidade de segurança.

A necessidade de afeto é a falta de amigos, pois temos necessidade de dar e receber afeto. As pessoas que são fechadas, solitárias, têm dificuldade de relacionar afetivamente com os outros, normalmente não conhecem muito bem a si mesmas; desconhecem suas dificuldades, medos e necessidades. Desta falta de conhecimento de nós mesmos e dos outros, só pode nascer mal-entendido, dificuldade e engano. Para um bom relacionamento entre as pessoas, compreender melhor e conhecer melhor a nós e aos outros é muito importante! Mas não é nada fácil!


A necessidade de realização pessoal é o desejo de realizar com satisfação coisas importantes, conseguir bons resultados, atingir seus objetivos. A necessidade que cada um tem de realização como pessoa está ligada à sensação agradável do sucesso e à desagradável do fracasso. Sendo que o sucesso é um estímulo positivo e o fracasso é um estímulo negativo. Sendo assim, se o êxito de nossas realizações nos traz uma sensação agradável, nossa tendência é nos comportarmos de modo a busca-lo.


A necessidade de independência é o desejo de sentir que somos capazes de governar nossas vidas, de sermos auto-suficientes e livres para escolhermos a nossa maneira de viver.
A necessidade de aceitação social - todos temos necessidade de ser aceitos pelos outros, sentir que as pessoas com quem convivemos, gostam de nós e nos aprovam, mas, ao mesmo tempo, precisamos de nos sentir independentes e com capacidade de realização.

A necessidade de auto-estima – necessidade que temos de sentir que aquilo que somos e fazemos está de acordo com o que esperamos de nós. No fundo, não esperamos de nós mesmos fracassos ou atitudes inadequadas. Para se sentir bem, o indivíduo tem que estar satisfeito consigo mesmo. O afeto que temos por nós mesmos não pode estar abalado a vida inteira. Uma sensação de não estarmos satisfeitos conosco, quando existe, deve ser temporária e, portanto, saudável. O sentimento temporário de não estarmos contentes com o que somos e o que fazemos serve para incentivar mudanças e novas realizações.
A necessidade de segurança é o desejo de sentimos um mínimo de estabilidade para ficarmos tranqüilos, de sentir protegidos. Toda vez que nos sentimos ameaçados, ou muito sós para resolver uma série de problemas, temos a sensação de inquietude ou insegurança. E este não é realmente um sentimento agradável! Por aí, dá para perceber que existe em nós uma necessidade de segurança.

Quando você estava meio “na fossa”, necessitando de afeto, ao ligar para seu amigo, você procurou satisfazer sua necessidade de afeto, não foi? Então podemos concluir que: as necessidades psicológicas interferem no comportamento. Todas as necessidades fisiológicas como as psicológicas determinam o comportamento do homem, SEMPRE !!!!

Mas, será que é importante tudo isso?


Para compreender melhor o porquê de certas situações, comportamentos e reações, precisamos procurar entender um pouco de nós mesmos e do outro.
Como em tudo na vida, sempre devemos descobrir o ponto de equilíbrio. Temos necessidade de afeto, de sentir que somos admirados. Mas isto não quer dizer que devemos renunciar ao nosso modo autêntico de ser para agradar aos outros, concorda?

Quando as necessidades estão sendo satisfeitas, vai tudo muito bem.... a vida é bela! Mas, e quando não estão? Muita coisa pode acontecer. Vamos ver as conseqüências de cada caso.
A satisfação ou não das necessidades interfere positiva ou negativamente no comportamento. Vamos pegar como um exemplo de uma pessoa que vive dizendo que gostaria tanto de ser médico ou advogado, que detesta seu trabalho, mas que não faz absolutamente nada para atingir seus objetivos.
Você acha que todas as suas necessidades psicológicas estão satisfeitas?
Se ele não se sente realizado com o que faz, que necessidade não está sendo satisfeita?
Se ele se sente fracassado, não luta pelos seus objetivos, pode estar gostando dele mesmo?
Você já é capaz de perceber o que vai ocorrer com o comportamento desta pessoa?

Portanto, a não satisfação das necessidades interfere em seu comportamento?
Se você estiver atento para perceber o que é que está lhe fazendo falta, terá maiores oportunidades de solucionar seus problemas e satisfazer harmonicamente suas necessidades.
É claro que, ao constatar o que lhe falta, poderá também perceber que é preciso mudar.

As pessoas não são iguais. Cada uma tem sua personalidade, nível de necessidades, comportamentos e reações.A este conjunto de características, que fazem cada ser único, chamamos individualidade. Mas, ao mesmo tempo, somos semelhantes por compartilhar necessidades parecidas com os outros seres humanos. E por estes fatores o homem é um ser Individual e Social.



Se não tivéssemos semelhanças com outras pessoas, haveria facilidade no nosso relacionamento com as mesmas? Se você é um indivíduo único em seu modo de ser, a contribuição que poderá dar à sociedade e aos grupos com os quais convive será original e única. E justamente no ambiente de trabalho que a individualidade de cada um deveria enriquecer o grupo. No mercado de trabalho isso é um ponto fundamental: cada um ter a possibilidade de compreender e relacionar-se com os outros e, ao mesmo tempo, contribuir de forma original.


O homem é por essência um ser social. A vida em grupo possibilita confrontar a nossa forma de ver a realidade com a forma com que os outros a vêem, e que pode ser bem diferente da nossa. Através da relação com os outros, o homem percebe a si próprio, agindo, sentindo, participando, etc.
Agora, pense um pouco: a quantos grupos você pertence?
Desde a pré-história, o homem descobriu que viver em conjunto facilita a luta pela sobrevivência, e que sozinho, ele se torna muito mais vulnerável.
A vida em sociedade favorece o contato entre as pessoas, necessário à tranqüilidade psicológica, proporcionando o relaciomanento afetivo que é indispensável ao ser humano.

Já o grupo de trabalho tem seu objetivo principal realizar tarefas. Pode ou não haver relacionamento afetivo, mas, sem dúvida, sua finalidade é cumprir tarefas. A finalidade do grupo é a realização de tarefa ou metas. Os grupos de trabalhos são denominados Grupos Formais.

Já os Grupos Informais ou Afetivos, tem sua principal característica por ser integrado por pessoas que têm objetivos parecidos, pensam de forma semelhante, têm alguma coisa em comum e, sobretudo, mantêm ligação afetiva entre si. Sua finalidade é a satisfação emocional.
Está percebendo quais as razões da formação de grupos?

Vamos a outro exemplo: existem grupos que defendem a idéia de que o homem precisa tomar cuidado com a poluição, pois ela está destruindo a natureza. Em vários setores, existem pessoas se preocupando com o problema ambiental, como médicos, arquitetos, cientistas, escritores, educadores, estudantes, etc. Quando as pessoas se associam formando um grupo para defender uma idéia semelhante e trabalham, cada um de sua maneira, para atingir um mesmo objetivo, chamamos a este grupo de Grupo Ideológico. Assim, dependendo do tipo de ligação e do objetivo do grupo, ele poderá ser formal, afetivo ou ideológico.

AS VANTAGENS E O PREÇO

Tiramos vantagem de viver em sociedade, não mesmo? Mas para viver em grupo temos que nos adaptar, contribuir, cooperar e aceitar as opiniões de outras pessoas. O homem tem a sua individualidade e não pode renunciar a isto.
E agora? Que fazemos com estas duas coisas que, à primeira vista, não combinam?
DEFESA DA INDIVIDUALIDADE X ADAPTAÇÃO SOCIAL

O ser humano tem a difícil tarefa de buscar ser cooperativo, para se adaptar às regras e comportamentos grupais, visando o bem-estar do grupo e de todos os elementos, inclusive o seu bem-estar, procurando não perder sua personalidade e sua individualidade!
A participação na vida de um grupo, quando nos submetemos às suas normas e regras de comportamento, pode nos enriquecer bastante. Mas, se as “regras do jogo” que nos forem impostas não são justas e razoáveis, então elas se tornam uma imposição, uma agressão à nossa personalidade.
Claro que, em geral, tem que executar tarefas em conjunto com outras pessoas, aceitar certas normas como, por exemplo, horário de trabalho, responsabilidade, um certo respeito pelos supervisores, etc. Em compensação, você precisa ganhar um salário, respeito e reconhecimento profissional, não é mesmo? As coisas que você gosta e tem que fazer implicam em gastos financeiros. Conclusão é uma troca.

Você, às vezes, acha que troca é desvantajosa? Se você não está satisfeito, se é este o caso, é preciso ver o que está acontecendo. Qual é o problema?
O importante é perceber porque você não está satisfeito. Tentar resolver este problema, criando condições para atingir seus objetivos, não é uma tarefa nada fácil, mais vale a pena tentar. Afinal, uma pessoa insatisfeita é muito pouco entusiasmada e produtiva. Mesmo com todas as dificuldades do mercado de trabalho, nossa atividade profissional deve ser compensadora.
No ambiente de trabalho, devemos buscar o equilíbrio entre os dois extremos, a liberdade e a adaptação às regras do jogo, o que nos levará a integridade da pessoa humana. A liberdade de cada um se realiza no convívio com os outros.

Você já considerou como é enriquecedor conhecer pessoas, trocas idéias e trabalhar com elas? Ao entrar em contato com outra pessoa, passa-se a conhecer uma individualidade diferente da nossa: outro modo de ser e de sentir, outros problemas, outras idéias enfim. Além de proporcionar o autoconhecimento, a percepção de si mesmo, através das reações e atitudes em relação ao outro. A relação sadia pressupõe franqueza sem, contudo presumir o desrespeito.


Sabemos que, na maior parte das vezes, as pessoas têm um certo receio de falar com franqueza, com medo de que os outros entendam mal ou fiquem magoados. Isto é comum, não é mesmo? Às vezes isso é muito difícil, pois confundimos franqueza com falta de educação e respeito. Críticas construtivas e profissionalmente maturas, pode ajudar no crescimento dos outros e no seu também.

Quais são os seus Motivos?

As condições internas e externas que levam o indivíduo a ter um certo comportamento chamam-se motivos. Suponha que você tenha um objetivo: ser engenheiro. Para atingir este alvo, você batalha, estuda até altas horas, trabalha para poder pagar um cursinho. E, depois de todo esse esforço, você entra na faculdade e se forma. Sua vontade de ser engenheiro, sua necessidade de se realizar forma motivos bastante fortes para que você se esforçasse, certo? Pois você estava altamente motivado. Todo motivo pressupõe uma necessidade e a intenção de satisfazê-la.


Como as pessoas são diferentes, cada uma tem, de forma mais acentuada, um ou outro tipo de necessidade. Uns necessitam mais de afeto, outros de segurança, outros de realização, etc. Você já tinha notado isso, né? Quanto mais intensa for essa necessidade, mais intenso será o grau de motivação.

Agora, reflita profundamente e responda: por que você trabalha? Ainda melhor: porque você escolheu trabalhar nessa profissão?

Os motivos que levam os indivíduos a trabalhar variam, assim, o comportamento deles frente à situação de trabalho também varia.


Veja uma situação concreta: Paulo e Mário trabalham na mesma empresa, realizando o mesmo tipo de trabalho. Paulo está trabalhando para poder se sustentar até estar formado. Já Mário trabalha com a intenção de fazer carreira dentro da empresa.

Entender isto pode ser muito útil, no relacionamento das pessoas no ambiente de trabalho.

Os estímulos positivos, para a teoria comportamental, sempre serão motivadores; como o sucesso econômico ou intelectual, o prestígio, a aceitação social e o afeto.
Já, as críticas constantes, a depreciação, a exigência exagerada são estímulos negativos que pode, na maioria das vezes, levar à perda de motivação.

Mas existe a lei da superação! As situações difíceis na primeira fase da vida podem servir de motivos para alcançar vitórias futuras.

PERCEBE?

Você conversa com alguns amigos. Está tão interessado no assunto que não percebe nada do que ocorre à sua volta. As luzes do bar que se acendem, as perguntas do garçom, a buzina de um carro, a conversa são exemplo de estímulos. Mas note bem: de todos estes estímulos, você só prestou atenção a um: a conversa.
Porque você selecionou, entre todos os estímulos, aquele que mais lhe interessava perceber. Você seleciona o que quer perceber e se desliga dos outros estímulos.
Não podemos perceber todos os estímulos existentes porque isso implicaria num desgaste excessivo de nossa energia. Nossos interesses e necessidades interferem na percepção, fazendo com que selecionemos alguns estímulos, entre os milhares que chegam a té nós.
A percepção é então seletiva.

A nossa maneira de perceber as pessoas e o mundo é altamente influenciada pelo nosso estado emocional, nossas experiências passadas e nosso tipo de cultura.
A cultura interfere na maneira de perceber o mundo, assim como os preconceitos, as emoções e as experiências passadas. Esses fatores permitem que nossa visão seja parcial quanto aos acontecimentos e as pessoas. Podemos provocar julgamentos errados e impressões falsas que não correspondem à realidade.
Quantas vezes você antipatizou “de cara” com uma pessoa só porque ela se parecia com alguém de quem você não gostava?
O cuidado com as diferenças culturais, com as mágoas passadas ajudará você a dar tempo suficiente para conhecer e compreender melhor as pessoas e as situações, sem se precipitar nos julgamentos.
Tenha cuidado! Não se precipite!

Você já pensou como os preconceitos prejudicam a percepção do “outro”? O lixeiro, por exemplo, é em geral uma profissão muito desvalorizada. Com isto, as pessoas normalmente não costumam nem mesmo prestar atenção na pessoa que exerce este trabalho, seu jeito de ser, sua individualidade. Chegamos mesmo a não ver o seu rosto.
Observe bem um determinado aspecto que prejudica a percepção: a Generalização.Lembra-se das piadas sobre portugueses? De tanto ouvi-las, você pode acabar ficando com uma impressão errônea sobre o povo – irmão.
E você sabe: as generalizações são muito comuns.É preciso ficar atento para as generalizações e os preconceitos, para que eles não aconteçam. Afinal, o que interessa é conhecer e compreender as pessoas, o melhor possível, objetivando relações humanas cada vez mais interessantes.

Se você está desanimado, achando que é muito difícil perceber as pessoas como elas realmente são, saiba que há remédio para isso.
Você já sabe que as pessoas se comportam movidas por suas necessidades. Cada uma delas tem seus motivos, seus objetivos, sua personalidade. Que tal tentar entender, conhecendo as pessoas em sua individualidade?
Se você começar por aí, verá como sua capacidade de percepção aumenta.

Pergunte-se:
ü Por que ele faz isso?
ü Qual é o seu objetivo?
ü Quais são suas necessidades?

As respostas a essas perguntas já são meio caminho andado para a percepção correta de outras pessoas.
Mas isto não basta. É preciso ir mais além, compreendendo nossas próprias dificuldades e limitações.Sem conhecer a si próprio, como conhecer os outros? Ponha-se no lugar do outro. Tente sentir o que ele está pensando, quais são seus problemas e limitações. Conheça suas potencialidades. Perceba!

Exercite seu autoconhecimento.
Tenha consciência de suas próprias habilidades e dificuldades.

A compreensão do outro e de nós mesmos, a observação, o autoconhecimento possibilitam uma percepção mais imparcial e, como conseqüência, um melhor relaciomanento entre as pessoas.

Agora já podemos falar de COMUNICAÇÃO.

Ela é um elemento importante do seu relacionamento com as outras pessoas. Na verdade, a comunicação está presente em todos os momentos da sua vida. Por isso, você deve saber comunicar-se bem em todas as ocasiões. De que modo isso é possível?

Vamos começar com a clareza. Veja esse exemplo:

... Por conseguinte, a realização de nosso acordo vai depender de pressupostos variáveis e de difícil determinação, o que nos leva a propor alternativas nem sempre condizentes com o substrato ...

Você presta atenção a uma conversa dessas?
Quem comunica com clareza é entendido e recebe uma resposta imediata. Com isso, o relacionamento fica mais fácil. Mas não basta falar com clareza. É preciso falar adequando a comunicação ao ouvinte.
Se você cultivar sua percepção e sensibilidade, não vai ser difícil falar para cada pessoa de modo que ela o entenda.
Você não acha isso importante?

Além de falar com clareza e adequadamente, você deve procurar o momento certo para comunicar-se. Nem tudo pode ser dito a qualquer hora, não é?
Nossos estados emocionais influenciam a comunicação. Você deve procurar comunicar-se quando tiver certeza que o estado emocional do ouvinte vai facilitar o diálogo. Use sua sensibilidade para perceber. Você sabe fazer isso?
Assim você evita comunicar-se em momentos inadequados, não fica falando sozinho, aprende a falar com clareza e garante sempre uma comunicação fluente e estimulante com seus semelhantes.
Mas, comunicar-se não é só falar bem. Se fosse assim, o que seria dos bebês e dos deficientes auditivos?
Você já notou quanta coisa a gente percebe através dos gestos e expressões?

As expressões podem revelar, por exemplo, que a pessoa está sentindo uma coisa e dizendo outra. A comunicação se faz por meios verbais e não verbais, ou seja, tanto por meio de palavras como por meio de gestos e expressões.

Não perca a chance de conhecer melhor o “outro” prestando atenção às suas palavras e observando sua linguagem corporal e fisionômica.

Existem milhões e milhões de pessoas no mundo. E VOCÊ... é uma delas. No trabalho, na rua, viajando, você sempre está cercado por pessoas. Como você se sente com tanta gente à sua volta? Num mundo assim, muitas pessoas se sentem insignificantes. Talvez você já tenha sentido isso. Mas você já parou para pensar em sua individualidade, integridade e inteligência? Isso não pode ser abafado por essa sensação de ser insignificante. Você é único! O outro que se relaciona com você também é único em suas idéias e em sua maneira de viver e de ver o mundo. Exatamente, como você.
Mas ele é semelhante a você em uma coisa: ambos têm um potencial que pode ser desenvolvido. É desenvolvendo esse potencial que construímos e mudamos o mundo, não é?
Para que você “cresça”, suas potencialidades devem ser desenvolvidas. E não é só isso. Você acha que pode parar depois de atingir um ponto alto de seu desenvolvimento?
A inteligência, o raciocínio, a percepção são potenciais que só se desenvolvem quando são constantemente utilizados. O sucesso não é fruto da sorte, mas de luta e vontade de vencer. O futuro depende de muitas circunstâncias que existem no ambiente externo e também de outras que existem dentro de nós.
Ninguém nasce sabendo, não é? Tudo na vida é APRENDIDO!


Talvez você descubra, um dia, se já não percebeu, que não se trata de ser “o melhor do mundo”. O que importa é saber aproveitar todas as chances que nos são oferecidas para realizar o que está ao nosso alcance e lutar para que essas chances existam para todos. “Ou crescemos todos juntos ou as nossas possibilidades de crescer serão sempre reduzidas”. E essa é a filosofia presente cada vez mais, no ambiente de trabalho.

O homem inventou e construiu um mundo novo, resolveu problemas complexos, descobriu muitas leis do Universo, criou as ciências etc.
Frente ao universo, sentimo-nos minúsculos. Perante animais inferiores, achamo-nos gigantes.
Você se sente pequeno e frágil, ou então grande e onipotente, dependendo do ponto de referência que usar. Tudo depende do referencial que você usa para fazer a comparação.
A reflexão do referencial de nós mesmos depende de “a que” ou “a quem” nos comparamos.

Sempre houve e haverá pessoas menos capazes e pessoas mais capazes que você.
Se você se compara só com pessoas menos capazes, acaba se tornando orgulhoso, onipotente e vaidoso. Se os referenciais são sempre pessoas mais capazes, você se sentirá eternamente inferiorizado, incapaz e pequeno.
Procurando sempre ver toda a verdade, você se torna capaz de ter um relacionamento equilibrado e harmonioso com os outros.
Você é capaz para certas coisas e incapaz para outras.
Tem muitas qualidades que convivem com defeitos.
Tem um imenso potencial que deve desenvolver. Mas não pode se esquecer das limitações que possui.
Mas nisso tudo você não é único. Todos nós somos assim. E você é semelhante aos outros, lembra?

Se você percebe sempre os dois lados de você mesmo, vai saber perceber melhor os outros.
Vai ver que os outros não são superiores nem inferiores a você. E que você não é melhor nem pior do que eles. Isso é muito importante. Isso é sabedoria emocional!

Quem se conhece bem, sabe se relacionar com os outros e compreende-los respeitando-os em sua individualidade e conhecendo-os cada vez melhor.
E quanto mais você conhece os outros, mas aprende sobre si mesmo.

Tudo isso leva a uma coisa só: a um relacionamento repleto de entusiasmo, respeito e afeto.
E não é isso, que no fundo, todos buscam nos relacionamentos, íntimos e também profissionais?

J
Referências Bibliográficas:

Apostila: Psicologia Social e Recursos Humanos. Curso de especialização em Administração de RH – Departamento de Psicologia – UFMG – Belo Horizonte, 2001.

Apostila: Trabalhando a habilidade Interpessoal de nossos funcionários. Curso MBA - especialização em Gestão de Pessoas em Ambiente de Mudança – Fundação Getúlio Vargas – Rio de Janeiro, 2003.

SENAC. Departamento Regional de São Paulo. Relações Humanas. – 9ª edição. – São Paulo, 2000.

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